Por preocupação com variante, SP vai distribuir 500 mil máscaras N95
Secretário municipal de Saúde enfatizou que Delta foi identificada em 23 casos de covid na capital entre 5 e 27 de julho
São Paulo|Da Agência Brasil
O secretário municipal de Saúde da cidade de São Paulo, Edson Aparecido, disse nesta terça-feira (3) que a capital continua intensificando as ações de prevenção contra a covid-19, principalmente no momento em que há variantes de preocupação em circulação como a variante Delta, identificada inicialmente na Índia. Entre as medidas, haverá a doação de 500 mil máscaras.
Apesar de destacar a prevalência da variante Gama (anteriormente conhecida como P1) no país, o secretário enfatizou que a Delta já foi identificada em 23 casos de covid-19 no município entre 5 e 27 de julho.
Segundo Aparecido, apesar de os dados disponíveis sobre a transmissibilidade ou gravidade da variante Delta ainda serem limitados com relação às outras variantes, as modelagens feitas até o momento pela OMS (Organização Mundial da Saúde) sugerem taxa de crescimento maior do que as outras variantes circulantes na Índia, o que automaticamente sugere maior potencial de transmissão.
"Em função de todo esse quadro, a Secretaria intensificou as ações e continua reforçando as recomendações de uso correto da máscara, distanciamento social, higienização das mãos e evitar aglomerações. Caso apresente algum sintoma de síndrome gripal, procurar uma unidade de saúde e investigar qualquer caso suspeito por meio de exames clínicos e laboratoriais. Além disso, os casos devem ficar em isolamento por dez dias e seus contatos próximos fazer quarentena por 14 dias", disse.
De acordo com o secretário, todos os que tiverem sinais de contaminação e os que tiveram contato com essas pessoas receberão máscaras N95. Segundo ele, as barreiras sanitárias em terminais rodoviários, de carga e aeroportos continuam.
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"Vamos distribuir em toda a rede 500 mil máscaras para a contenção da disseminação da variante. Os casos leves e moderados são atendidos e acompanhados pela atenção básica com monitoramento por 14 dias, com avaliação clínica e de oximetria", explicou Aparecido.
Segundo Aparecido, não há evidências de aumento de casos de covid-19 entre crianças e adolescentes, motivo pelo qual não há previsão de implantação de novos leitos pediátricos nas unidades de internação da cidade. "Nós tínhamos 118 leitos pediátricos antes da pandemia e continua esse número, além de outros dez no Hospital de São Miguel e dez de UTI neo-natal em Itaquera. No momento, não temos nenhuma criança ou adolescente com covid internada".
O secretário ressaltou ainda que a cidade continua registrando queda nas internações e nas mortes, mas ainda há estabilidade no número de casos. "A transmissibilidade, que registra aumento de pouco mais de 1%, pode ser fruto da circulação da variante Delta e do momento sazonal com baixas temperaturas, no qual é comum o avanço de casos de síndrome gripal. Por isso é preciso ficarmos atentos, para termos uma transição segura até o final da vacinação total".
Adesão à vacinação
Segundo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, a cidade registra uma grande adesão à vacina, com a imunização em torno de 83,8% do público alvo com a primeira dose. "Agradeço a grande adesão da população de São Paulo. Por conta disso, podemos anunciar a ampliação dos alunos nas escolas e iniciar uma cautelosa retomada da economia, fundamental para combater a desigualdade social", afirmou.
Nunes anunciou ainda a antecipação da vacinação de pessoas com 25 anos para a próxima sexta-feira (6) . Na quinta-feira (5) será a vez dos munícipes com 26 anos e os de 27 podem se vacinar amanhã (4). No sábado (7), aqueles que precisarem tomar a segunda dose, podem ir aos postos de vacinação.
Para receber a vacina, é obrigatório apresentar comprovante de residência na capital e um documento de identificação. Pelo Filômetro, é possível acompanhar a situação de espera nos postos de vacinação contra a covid-19 que estão em funcionamento na cidade.
Nunes informou ainda que a capital paulista está com 41% dos leitos de UTI voltados para pacientes com covid-19 ocupados, enquanto 25% dos leitos de enfermaria voltados para pacientes com covid-19 estão ocupados.