Prefeitura é acusada de explorar pessoas em situação de rua na montagem da Virada Cultural
Em nota, a Prefeitura de SP informou que a SPTuris, 'até o momento, não identificou nenhum desvio durante o processo'
São Paulo|Mariana Rosetti, da Agência Record
Um grupo de pessoas em situação de rua denuncia ter sido recrutado para trabalhar na montagem da Virada Cultural 2022, evento promovido pela Prefeitura de São Paulo, em jornadas exaustivas, com remuneração injusta e sem equipamentos de proteção.
Os relatos vieram à tona nesta sexta-feira (27), após a Pastoral do Povo da Rua, uma organização de direitos humanos, publicar em suas redes sociais um vídeo em que conversa com dois homens em situação de rua.
A dupla conta que as pessoas são recrutadas para trabalhar durante um período de 12 horas, por R$ 60 mais um prato de refeição. Além disso, executam trabalhos de carregamento de materiais pesados e montagem de estruturas sem nenhum tipo de equipamento de proteção.
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Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que a SPTuris, responsável pela montagem e infraestrutura do evento, "não interfere na remuneração oferecida na relação das empresas contratadas para realização dos serviços com seus funcionários".
Em contrapartida, o órgão municipal acrescentou que a SPTuris "fiscaliza o cumprimento do contrato para garantir que as empresas atuem dentro da legalidade e, até o momento, não identificou nenhum desvio durante o processo".
A Virada Cultural é um evento anual promovido pela Prefeitura de São Paulo. Nesta edição, ela será realizada amanhã (28) e no domingo (29).
As apresentações, que reúnem diversos artistas, acontecerão no Butantã (zona oeste), Freguesia do Ó (zona norte), Parada Inglesa (zona norte), Campo Limpo (zona sul), M'Boi Mirim (zona sul), São Miguel Paulista (zona leste), Itaquera (zona leste) e Vale do Anhangabaú e entorno (centro).