Presidente da Alesp recebe pedido para criar CPI da Prevent Senior
O requerimento recebeu o quórum mínimo de 32 assinaturas de parlamentares para investigar operadora
São Paulo|Do R7
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Carlão Pignatari (PSDB), recebeu nesta segunda-feira (27) o pedido para criação da CPI para apurar denúncias envolvendo a operadora de saúde Prevent Senior. O requerimento recebeu o quórum mínimo de 32 assinaturas de parlamentares.
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A Prevent Senior foi denunciada na CPI da Covid do Senado, pelo suposto uso de tratamentos sem eficácia científica comprovada contra a covid-19 em pacientes. Segundo Carlão Pignatari, o requerimento vai tramitar na Casa com a urgência que o tema exige.
"As informações que temos acompanhado na CPI da Covid, no Senado Federal, são gravíssimas, e o Parlamento paulista vai se empenhar para apurá-las com todo o rigor, caso se confirmem verdadeiras", disse o presidente da Alesp.
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As CPIs são criadas por meio de requerimento de pelo menos um terço dos parlamentares, ou seja, 32 de um total de 94 deputados. Após o protocolo, o pedido aguarda decisão do presidente da Casa quanto à abertura da comissão.
Se for instalada, a CPI deve realizar seus trabalhos no prazo de 120 dias, prorrogáveis por mais 60 dias mediante aprovação da maioria absoluta de seus membros.
Em março do ano passado, a Prevent Senior anunciou que faria o estudo para testar a eficácia da hidroxicloroquina associada ao antibiótico azitromicina contra a covid-19. A pesquisa foi suspensa logo em seguida, em 20 de abril, pela Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa). O órgão descobriu que os testes com pacientes haviam começado antes de a operadora receber o aval para a realização da pesquisa, o que é proibido no país.
Um grupo de 15 médicos que diz ter trabalhado na Prevent Senior encaminhou para a CPI da Covid, no Senado, um dossiê no qual informam que integrantes do chamado gabinete paralelo do governo usaram a operadora de saúde como uma espécie de laboratório para comprovar a tese de que o chamado kit covid (hidroxicloroquina e azitromicina) era eficiente contra a doença e revelaram que pacientes não foram informados do tratamento experimental.
Procurada para se manifestar sobre a CPI, a Prevent não havia se manifestado.