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Primeira princesa trans do Carnaval de São Paulo é morta a facadas

Verônica Martinelly, que venceu concurso em janeiro, foi assassinada em chácara. Namorado é principal suspeito

São Paulo|Do R7, com informações da Agência Estado

Verônica Martinelly, eleita primeira princesa trans do Carnaval de SP
Verônica Martinelly, eleita primeira princesa trans do Carnaval de SP

A cabeleireira Verônica Martinelly, de anos 30, foi morta a facadas em uma chácara em Santana de Parnaíba, região metropolitana de São Paulo, no dia 25 de fevereiro. O principal suspeito do crime é o namorado dela.

Nascida e criada em Manaus, Verônica vivia na capital paulista havia dois anos. Em janeiro, foi eleita a 1ª Princesa Trans do carnaval de São Paulo, representando a Unidos de Vila Maria. Com uma carreira sendo construída no meio carnavalesco, ela teve uma morte brutal.

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De acordo com o relato de policiais militares que estiveram na cena do crime, Verônica estava com marcas de facadas no peito. Uma faca foi apreendida pela polícia, que também aguarda exames do IML (Instituto Médico Legal).

Verônica era uma mulher trans, mas, no boletim de ocorrência, não há qualquer menção ao nome social dela. No documento, o delegado retratou Verônica pelo nome masculino. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo argumentou que não havia "documento que comprovasse o nome social da vítima".


Na internet, algumas escolas de samba lamentaram a morte da jovem e prestaram homenagens. Foi o caso da Unidos de Vila Maria. "Verônica representou tão bem nossa escola em um concurso que a elegeu 1ª Princesa Trans do Carnaval de São Paulo, ocorrido no fim de janeiro. Queremos prestar nossos sentimentos a todos os amigos e familiares", informou. A Dragões do Império, escola de samba de Manaus, também prestou solidariedade à família e amigos da vítima.

Após a morte de Verônica, a família dela precisou lançar uma campanha nas redes sociais para fazer o traslado do corpo e o enterro, que ocorreu na última terça-feira (1º), na capital do Amazonas. 


Nome social

A decisão da Polícia Civil em não se referir a jovem pela identidade de gênero ou nome social diverge da ordem do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo publicada em janeiro do ano passado. Na época, a corte concedeu uma decisão liminar exigindo ao governo de São Paulo incluir os campos de identidade de gênero e orientação sexual nos registros de ocorrência. O prazo para adequação foi de 60 dias, começando a valer em março.

Os defensores justificaram que a ausência desses indicadores dificultava o atendimento humanizado às mulheres transexuais e travestis.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) informou que o caso é investigado pela Delegacia de Santana de Parnaíba. "Durante a investigação preliminar, o nome social da cabeleireira de 30 anos foi apurado e já consta no inquérito e no boletim de ocorrência complementar. Na ocasião do registro inicial, não havia informação, nem documento que comprovasse o nome social da vítima.

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