Prisão de Fuminho é terremoto para o PCC, analisa professor da FGV
Prisão do traficante conciliado com o impacto da pandemia do covid-19 deve impactar negócios da organização criminosa no Brasil, dizem especialistas
São Paulo|Márcio Neves, do R7
Especialistas em Segurança Pública avaliam que a prisão de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), deve prejudicar os negócios da organização criminosa no Brasil, já impactados pela pandemia do covid-19.
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"A prisão do Fuminho é um terremoto para o equilíbrio interno do PCC e pode afetar o controle do PCC na importação de parte da cocaína para o Brasil", analisa Rafael Alcadipani, pesquisador e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo ele, a prisão do traficante deve trazer uma série de consequencias e emovimentação no crime organizano no Brasil. "Fuminho era homem de confiança de Marcola e sua prisão muda muitas coisas dentro do PCC. Precisamos acompanhar para ver como isso vai se desdobrar", afirma Alcadipani .
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"Acho que por algum tempo a Facçao sentira essa perda. Mas a estrutura da ORCRIM sempre tera um substituto que assumira o “posto” fora dos portões do presídio", pondera a desembargadora Ivana David, do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) e também integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A desembargadora analisa ainda que a pandemia do covid-19 também abalou o tráfico de drogas, e que indevitavalmente "com essa prisao, por alguns meses, o PCC sentira um abalo".
A magistrada ainda faz um alerta de que um dos maiores riscos é a organização criminosa migrar para outros crimes, como roubos e furtos de valore, incluindo bancos e/ou cargas, o que já teria acontecido no passado.