Privatizados, cemitérios de SP terão de limusine a holograma
Gestão dos espaços por quatro consórcios começa nesta terça-feira (7); expectativa é renovar os serviços e investir em tecnologia
São Paulo|Do R7
Atendimento via WhatsApp, cortejo com limusine, aplicativo próprio, hologramas em velórios. Os 22 cemitérios municipais da cidade de São Paulo, além de um crematório público, devem ter novidades a partir desta terça-feira (7), data que marca o início da gestão por quatro consórcios.
Dos particulares, a expectativa é renovar os serviços e investir em tecnologia. "A gente quer, logo de cara, trazer uma melhoria no atendimento", disse Juraci Pimentel, diretor-presidente da Velar SP, que administra Freguesia do Ó, Itaquera, Penha, São Luiz e São Pedro, além do crematório de Vila Alpina. Uma inovação, segundo ele, estará na oferta de novos carros. "Tem algumas famílias que, ao procurar o serviço, preferem fazer o cortejo em um veículo mais específico, de luxo. Então a gente tem Mercedes, e vai ter limusine no nosso portfólio."
Hoje, será ativado um aplicativo para que clientes acompanhem o status dos serviços. Além disso, Juraci afirma que estão previstas melhorias de banheiro, fraldário e vestiário, revitalização dos cemitérios, wi-fi gratuito para todos os clientes, além de segurança 24 horas nos locais.
Obras
As obras estruturais devem ficar para um segundo momento, e dependem de aprovação da prefeitura. Essas intervenções devem ser finalizadas em até quatro anos após o início da concessão. Além das reformas, três crematórios devem ser criados: um primeiro, em local a ser definido pelos administradores do bloco 3, outro em Vila Formosa, na zona leste (bloco 1), e um terceiro que deve ser construído pelo bloco 2 ao lado do cemitério Dom Bosco, na zona norte.
Ao menos dois dos três consórcios pretendem adiantar a construção. "A previsão para o início da construção será em meados de 2024, com duração de dez meses", afirmou Maurício Costa, diretor-presidente da Consolare (Consórcio Atena), que administra os cemitérios do bloco 1: Quarta Parada, Santana, Tremembé, Vila Formosa I e II e Vila Mariana, além do Cemitério da Consolação, o mais antigo da cidade.
Diretor de Operações do Grupo Cortel, Rodrigo Macedo está à frente do grupo que administra os cemitérios do bloco 2: Araçá, Dom Bosco, Santo Amaro, São Paulo e Vila Nova Cachoeirinha. Há 60 anos no ramo, a empresa quer também ampliar o leque de opções de serviços de velório e sepultamento, com uso até de hologramas. "E ter salas de velório que deem um pouco mais de valor àquele momento." Outro foco será o atendimento flexível, via WhatsApp.
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Prefeitura promete acompanhar queixas de perto
Além dos três blocos citados, há ainda o 3, do Consórcio Cemitérios e Crematórios SP (Grupo Maya), que inclui os Cemitérios Campo Grande, Lageado, Lapa, Parelheiros e Saudade. Procurado, o grupo não se pronunciou.
Além da gestão dos cemitérios, as concessionárias podem trabalhar com serviços funerários em toda a cidade. "Uma vez que a gente tem o teto de cobrança pela tabela (da licitação), a gente quer fazer com que a concorrência possa gerar bom serviço, bom atendimento", disse o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
As agências de atendimento vão mais do que dobrar a partir desta terça: passam de 10 para 23. A prefeitura prevê acompanhar de perto o processo, até para evitar golpes durante as mudanças na oferta dos serviços. "Nós iremos atuar fortemente com qualquer tipo de reclamação", disse o prefeito. A Ouvidoria será central na fiscalização.
Gratuidades
O valor do funeral social ficará fixado em R$ 566,04, com redução de 25% em relação a antes. As gratuidades estão mantidas para grupos específicos, como aqueles que recebem menos de meio salário mínimo. A gestão projeta R$ 2,1 bilhões em benefícios para o município até o fim da concessão, de 25 anos.
Os contatos diretos das concessionárias são: Consolare (0800-0800-190); Cortel (5026-2750); Maya (0800-042-9020); e Velar (3037-2000).