Protesto após morte de adolescente termina com ônibus incendiados
Família do garoto, de 15 anos, diz que um PM estaria envolvido no crime, ocorrido na zona sul de SP. Manifestação pacífica terminou em tumulto
São Paulo|Marcos Rosendo e Beatriz Leite, da Agência Record
Uma pessoa foi detida e 10 ônibus foram destruídos ao fim de um protesto que ocorreu na tarde desta segunda-feira (15) na Vila Clara, na zona sul de São Paulo. A manifestação pedia providências após a morte de um adolescente de 15 anos. A família relata que o garoto foi sequestrado na madrugada do último domingo (14) e encontrado morto na manhã seguinte.
De acordo com informações da Polícia Militar, o protesto começou por volta das 16h na rua Rolando Curti. Integrantes do ato colocaram fogo em pneus e a polícia foi acionada. As pessoas se espalharam pela região e veículos do transporte público foram atacados. Durante o ato, os manifestantes queimaram quatro ônibus e depredaram outro coletivo pertencente à EMTU - Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo - que opera linhas intermunicipais.
Os vândalos também incendiaram dois ônibus municipais que operam na capital e depredaram outros três veículos, atacados com golpes de madeira e pedradas.
Segundo a família, Guilherme Santos foi visto pela última vez na madrugada do domingo. Parentes dizem que câmeras de segurança flagraram o momento em que o adolescente é levado da rua em que estava por dois homens armados. "Aqui é uma mãe desesperada, esse é meu filho está desaparecido desde a madrugada, foi levado por dois homens armados num carro preto", escreveu a mãe da vítima neste domingo. Não foram divulgadas informações sobre onde o corpo foi localizado.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou uma nota afirmando que o caso foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para investigações, que a Polícia Militar também acompanha a apuração e se for comprovada participação policial, as medidas cabíveis serão adotadas.
Também em nota, a PM afirmou que auxilia as investigações da Polícia Civil, através da Corregedoria e Batalhão Territorial, para elucidação do desaparecimento do jovem, e que dois homens civilmente trajados teriam raptado o jovem que foi encontrado morto horas depois. Segundo a PM, não há indícios concretos até o momento da participação de qualquer policial e o nome encontrado não pertence inicialmente a nenhum policial que trabalha na região e horário dos fatos, e todas hipóteses estão sob apuração.
Com informações da Agência Estado