Protesto na Câmara de SP tem confronto e deixa servidores feridos
Professores e servidores municipais fazem ato contra projeto da Prefeitura de São Paulo que aumenta a contribuição da previdência
São Paulo|Márcio Neves, do R7
O protesto de um grupo de professores e outros servidores municipais na Câmara dos Vereadores de São Paulo contra o aumento da contribuição previdenciária acabou em confronto na tarde desta terça-feira (14). Agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) e da PM (Polícia Militar) lançaram bombas de efeito moral contra os manifestantes.
A categoria tenta pressionar os vereadores a rejeitar o projeto de lei 621, que está em discussão e propõe mudanças na Previdência dos funcionários do município.
O Sindicato dos Profissionais em Educação do Ensino Municipal, decidiu convocar os professores para o ato no dia 19 de feveiro durante assembleia que deu início a greve.
O Projeto de Lei 621/2016, proposto pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT), propõe a elevação da contribuição previdenciária de 11% para 14%, além da instituição da contribuição suplementar, com descontos de 1% a 5%, dependendo do salário do servidor, segundo o nota divulgada pelo Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação do Ensino Municipal de São Paulo). A primeira votação do projeto pelos vereadores está prevista para ocorrer entre os dias 20 e 23 de março e a segunda entre os dias 26 e 28 de março.
Início do tumulto
De acordo com a apuração do R7, a confusão começou quando foi autorizada a entrada de 150 pessoas na platéia externa da Câmara. Segundo relatos dos manifestantes, houve tumulto para entrar e a polícia tentou conter os servidores com balas de borracha. Na confusão os vídros da Câmara foram quebrados. Ao mesmo tempo, outro tumulto começou na sala da comissão que votava o parecer. A Guarda Civil Metropolitana decidiu retirar os manifestantes do prédio aumentando a confusão.
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A professora Roseli Maria Fernandes foi uma das pessoas atingidas no tumulto. "Chegaram jogando bomba, eu corri, mas fui atingida por uma bala de borracha. Foi muita dor começou a escorrer sangue."
Outro lado
A Assessoria de Imprensa da Presidência da Câmara Municipal de São Paulo informou que atuou desde o princípio para garantir o amplo debate democrático do PL 621/16. E que "eventuais excessos das forças de segurança que atuam dentro do Legislativo serão apurados'.
A nota ainda informa que Câmara assegurou o acesso de manifestantes ao plenário e ao auditório externo até a lotação máxima dos dois espaços.
Já o prefeito João Doria (PSDB) disse que o ato serviu para intimidar os parlamentares. "Houve uma invasão, não foi um convite, o que não justifica nenhum tipo de violência de nenhuma parte."
Procurada sobre o caso, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou em nota que a PM foi acionada "para controlar um tumulto ocorrido na Câmara Municipal de São Paulo".
A nota completa: "Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (SINPEEM) reuniram-se no local para acompanhar. Os manifestantes teriam solicitado que os portões fossem abertos, para que pudessem acompanhar o processo, mas foram autorizados somente parte deles a entrar, iniciando um tumulto. Houve necessidade de intervenção. Cabe esclarecer que os policiais permaneceram somente do lado de fora da Câmara e até o momento ninguém foi detido".