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Publicitário diz ter sido vítima de homofobia em farmácia de SP

Homem relata ter tido nome trocado por 'Gaylileu' em sistema da Droga Raia. Empresa pediu desculpas pelo episódio

São Paulo|Laura Augusta*, da Agência Record

Homem quer que empresa faça treinamento específico para os funcionários contra homofobia
Homem quer que empresa faça treinamento específico para os funcionários contra homofobia

O publicitário e empresário Galileu Nogueira denuncia ter sofrido homofobia de funcionários da rede de farmácias do Grupo Raia Drogasil S.A. Em publicação nas redes sociais feita ontem, segunda-feira (28), ele afirma que tudo teve início no dia 26 de março de 2021 quando recebeu uma mensagem, enviada pela Droga Raia, via SMS, em que a rede o chamava de "Gaylileu".

Uma captura de tela feita por Galileu mostra o texto encaminhado pela rede de farmácias: "Gaylileu, a última compra do seu medicamento foi 24/02. Compre pelo site https://bit.ly/2C7rikZ ou na Droga Raia mais prox p(/sair envie PARE)".

Ainda segundo Galileu, em um primeiro momento acreditou que o erro de grafia no nome se tratava de descuido no momento da digitação. Mas logo entendeu como discriminação, devido a sua orientação sexual.

Ele relata que costumava receber mensagens da Droga Raia, mas, até aquele momento, todas traziam o nome dele da forma correta sem a adição do Y.


Na mesma publicação, Galileu conta que imediatamente pediu que retirassem o contato dele do sistema da farmácia, mas os atos homofóbicos aconteciam também fora do ambiente das mensagens.

Em outro trecho, ele mostra registros de cupons de desconto que recebia quando ia até as lojas físicas. Nas imagens o nome dele aparece grafado com o Y antes do L.


Segundo Galileu, os funcionários das farmácias, que eram treinados para chamar os clientes pelo nome, evitavam ter a mesma ação com ele. E relata uma vez em que um atendente perguntou se o nome dele era Gaylileu mesmo.

A partir dessa ocasião ele abriu uma denúncia no canal de ética do Grupo RD (Raia Drogasil). O publicitário conta que ficou dois meses sem resposta até que recebeu uma ligação com um pedido de desculpa em que a rede se disponibilizava a entregar produtos para amenizar a situação; contudo, ainda segundo ele, nada foi entregue no endereço fornecido durante a ligação.


A vítima então abriu um processo judicial em que pede uma indenização de R$ 44 mil por danos morais, além de treinamento sobre homofobia para os funcionários e uma retratação.

No dia 21 de março deste ano houve uma audiência de conciliação em que o grupo afirmou já dispor de treinamentos contra a LGBTQIA+fobia, pediu sugestões para novos treinamentos e ofereceu o valor de R$ 5.000 a Galileu.

O publicitário não aceitou o acordo e pede agora por dois treinamentos, um sobre homofobia e o outro sobre a importância de respeitar nomes sociais — sendo que o segundo deve ser dado por transexuais e travestis.

A vítima questiona também a falta de congruência na resposta do grupo, já que mesmo com o suposto treinamento os funcionários ainda têm atitudes preconceituosas.

Em nota, a Droga Raia afirmou que repudia "veementemente" a homofobia, reconheceu e lamentou o episódio. "Pedimos desculpas pelo que aconteceu. Enfatizamos que, assim que ficamos sabendo da troca do nome, um ano atrás, corrigimos o cadastro imediatamente e informamos o Sr. Galileu que o nome foi corrigido e revisamos os procedimentos internos. Durante estes doze meses sempre estivemos abertos para o diálogo", afirmou a empresa.

O grupo também disse ser integrante do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ e ter compromisso público de criar um ambiente sem discriminação.

*Estagiária da Agência Record, sob supervisão de Letícia Dauer

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