Racha em torcida organizada do São Paulo causa 2ª briga em 3 meses
Membros da Torcida Independente de Campinas (interior paulista) saíram da organizada em setembro, por não concordarem com direção
São Paulo|Kaique Dalapola, do R7
Pela segunda vez no ano, torcedores do São Paulo brigaram entre si antes mesmo de o time entrar em campo.
Neste domingo (25), em frente ao estádio do Morumbi, integrantes da Torcida Independente repetiram o que havia acontecido no dia 3 de janeiro, em Ribeirão Preto (315 km da capital), na estreia do clube na Copa São Paulo Júnior, e entraram em confronto.
Nos dois casos, a briga foi entre integrantes da principal organizada são-paulina da sede, na cidade de São Paulo, e da subsede de Campinas (95 km da capital). Antes do empate em 0 a 0 entre São Paulo e Ferroviária, pelo Campeonato Paulista, neste domingo, 46 torcedores foram presos e um hospitalizado.
Segundo a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), os torcedores estavam armados com socos ingleses, barras de ferro, facões, rojões e pedações de madeiras. Nas redes sociais, a Independente Campinas negou que seus integrantes portavam os objetos.
O “bonde” (como são chamadas as divisões por localidade na torcida) dos são-paulinos de Campinas está há pelo menos cinco meses fora da Torcida Independente. Em setembro do ano passado, o grupo comunicou que estava se desligando da organizada. Apesar de não fazerem parte oficialmente, continuam usando o nome da entidade e o símbolo em uniformes, bandeiras e faixas.
Esse desligamento foi resultado de uma série de desentendimentos que já aconteciam e seguem cada vez mais acirrados entre os grupos da torcida. O bonde de Campinas, que existe há 16 anos e é um dos maiores da Independente fora da capital, aponta diversos desacordos com a diretoria da organizada, que, por sua vez, sinaliza atitudes “inconsequentes” dos torcedores do interior.
Os são-paulinos do interior paulista fazem diversas críticas aos diretores da organizada, o que teria sido o motivo da expulsão. Dois pontos mais enfatizados são sobre um “acordo com inimigos” — referindo-se, principalmente, ao encontro das torcidas organizadas no Pacaembu, em dezembro de 2016 — e a falta de protestos da torcida contra a atual gestão do clube, presidida por Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
No Facebook, a sede da torcida e outros bondes, principalmente da Grande São Paulo, dizem que o compromisso de paz entre as organizadas foi um passo para as torcidas voltarem com as festas nos estádios paulistas e, com relação às cobranças ao clube, afirmam que as lideranças da Independente estão “marcadas” desde a invasão ao CT (Centro de Treinamento) do São Paulo em agosto de 2016.
Sobre o confronto deste domingo, os são-paulinos de Campinas afirmam que foram abordados por policiais militares antes mesmo de chegarem no estádio. Os PMs teriam informado que receberam denúncia anônima contra os torcedores e, por isso, levaria o representante à delegacia. Somente depois disso que ocorreu o confronto com os membros da sede da Torcida Independente.
Ainda de acordo com a Independente Campinas, o ônibus estava longe do estádio e não tinha nenhum material que poderia ser usado como arma em briga. Os torcedores ainda afirmam que estavam próximos ao portão 17 do estádio do Morumbi, distante do portão 6 — onde a Torcida Independente fica.
Segundo a SSP-SP, policais militares estavam em patrulhamento quando foram avisados sobre o confronto entre são-paulinos. Ao chegaram no local da ocorrência, pediram reforço à Tropa de Choque da PM. Os torcedores detidos foram encaminhados para o 1ª Deatur (Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista), e devem responder por promoção de tumulto.
O R7 não conseguiu contato direto com representantes da sede da Torcida Independente.