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Rapper Dexter conversa com jovens de abrigos em SP: 'Rap salva vidas'

Cantor se reuniu com adolescentes de unidades de acolhimentos em Itaquera, na zona leste da capital, para falar sobre empregos

São Paulo|Kaique Dalapola, do R7

Rapper Dexter com adolescentes da zona leste de São Paulo
Rapper Dexter com adolescentes da zona leste de São Paulo

Dezenas de adolescentes que estão em unidades de acolhimentos (os antigos orfanatos) participaram, nesta quarta-feira (3), de uma conversa regada à música com o rapper Dexter, na quadra de um projeto social em Itaquera, extremo da zona leste de São Paulo.

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O evento também contou com a participação de educadores sociais, professores e moradores da região. Segundo o juiz Iberê Dias, da Vara da Infância de Guarulhos (Grande São Paulo), o encontro faz parte do projeto “Trampo Justo”, que visa promover encontro entre empregadores e os adolescentes de abrigos que procuram emprego.

Dexter em evento com jovens sobre emprego
Dexter em evento com jovens sobre emprego

Para Dexter, “o evento é necessário para os jovens acreditarem em si mesmo, em primeiro lugar, e depois saber que tem muitas pessoas que acreditam e apostam neles, e que eles não podem decepcionar essas pessoas”.


O rapper, que ficou 13 anos presos e está nas ruas há oito, afirmou ainda que só chegou onde está hoje porque o juiz Jayme Garcia acreditou em seu potencial. Segundo Dexter, o magistrado, que era da VEC (Vara de Execução Criminal) de Guarulhos, confiou em deixar o artista sair para se apresentar nas ruas.

Durante o período que ficou preso (1998-2011), Dexter formou, juntamente com o rapper Afro-X, o grupo 509-E, que era a identificação da cela da Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru, onde os dois estavam presos.


"Assim que cheguei na prisão, vi jovens da minha idade, da minha quebrada, da minha cor, morrendo por uma pedra de crack, por cocaína ou por uma palavra mal dita. Percebi que aquilo não era para mim. Quando vi que o crime só me daria aquilo, perebi que o que eu tinha que fazer era rap. Porque o rap salva vidas e o crime só tira vidas", disse o cantor.

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Entre os participantes do evento estava o b-boy Alex Paulo Geraldo da Silva, 37 anos. Ele não esperava, mas foi uma das atrações da participação do Dexter no projeto social. O cantor chamou o b-boy para se apresentar e foi um momento que o público vibrou muito. “É muito gratificante dançar com um cara que você viu desde a adolescência”, disse Alex.

Evento aconteceu em projeto social de Itaquera
Evento aconteceu em projeto social de Itaquera

A educadora social Natália Moreira da Silva, 29 anos, também interagiu bastante com o cantor o qual, segundo ela, ajudou na formação da pessoa que ela é. “Eu trabalho em um abrigo com criança e adolescente e sempre estou introduzindo o rap como ferramenta para transformar essa realidade deles”, afirmou.

Natália levou para o evento adolescentes que ela trabalha em abrigo da zona leste. Uma das jovens é Liliane dos Santos, 14 anos, que disse que não queria ir ao evento, mas ficou surpresa com o que aconteceu. “Curti muito, é a minha cara isso”, disse a menina, que mora em uma casa de acolhimento em Belém (zona leste).

O objetivo do evento era mostrar para os adolescentes os caminhos licítos para trabalhar. A cada música, Dexter contava para os adolescentes histórias dele e da realidade das periferias para estimular os jovens a acreditarem em si mesmos.

"Nem todos vocês vão ser cantor, jogador de futebol, ator ou atriz, mas cada um tem um dom e vocês precisam acreditar em vocês para não serem mais um homem ou uma mulher na estrada", disse o rapper logo após cantar a música "O Homem na Estrada", dos Racionais MCs, que conta a história de um homem da periferia que foi assassinado.

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