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Reclamações de buracos de rua em SP crescem 20% na gestão Covas

Foram 2.378 denúncias feitas em 2020 à Ouvidoria Geral contra 1.975 em 2018, quando teve início o mandato do prefeito

São Paulo|Do R7

Buraco no asfalto da Rua Marechal Hastimphilo de Moura, na região do Portal do Morumbi
Buraco no asfalto da Rua Marechal Hastimphilo de Moura, na região do Portal do Morumbi

As reclamações não resolvidas de buracos de rua na cidade de São Paulo cresceram 20% desde o início da gestão de Bruno Covas (PSDB) à frente da prefeitura, após a saída de João Doria.

Em 2020, foram registradas 2.378 denúncias desse tipo, de acordo com o relatório da Controladoria Geral do Município. Em 2018, eram 1.975 demandas sem solução.

Na Ouvidoria Geral, é a segunda maior queixa. Só fica atrás de podas de árvores, que somam 2.696. Em 2020, segundo o relatório, foram 17.720 denúncias, sendo que as reclamações de buracos e pavimentações na capital representam 6,2% do total, uma média de 198 por mês.

Em 2019, a situação estava ainda pior, com 2.604 queixas de vias da cidade. O problema atrapalha a circulação de carros e pedestres e traz prejuízos financeiros aos proprietários de veículos. 


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As reclamações feitas na Ouvidoria são em segunda instância: pedidos de serviço que entraram pelo canal 156, não foram atendidos e viraram uma reclamação.

Tiago Coelho é condutor escolar e circula diariamente pela cidade, em especial na zona leste. Segundo ele, está difícil transitar na região da Cohab 2. "Você não vê obra de recapeamento e o ônibus escolar anda se tremendo todo. São várias ondulações nas ruas que, depois, viram buracos. Os moradores mesmos jogam entulhos para amenizar", afirma.


Buraco foi preenchido por entulho por moradores para evitar acidente em frente escola
Buraco foi preenchido por entulho por moradores para evitar acidente em frente escola

Um dos buracos fica na rua Inácio Donati, em frente à Escola Professora Indiana Zuycher Simões de Jesus, no Conjunto José Bonifácio. Mas este não é o único no trajeto de Tiago. "Tem um buraco histórico, uma cratera que gera trânsito até numa via local, de bairro". 

O prejuízo é maior para carros pequenos. "Vou ter que trocar dois amortecedores traseiros por causa do buraco. Cabe até uma roda de ônibus dentro. Fui passar e minha traseira deu aquela descida, foi o maior estrondo. Meu carro tem um perfil de roda baixo e um par original de amortecedor custa uns R$ 500", conta Tiago sobre o veículo de passeio da família. 


Transtornos

Eduardo Tadeu Oliveira é taxista há 19 anos e costuma trabalhar na região do Morumbi. No dia a dia, enfrenta transtornos. "Tá cheio de buraco na avenida Giovanni Gronchi, na Francisco Morato, até em corredor de ônibus. A gente toma cuidado e desvia, mas às vezes não dá. É melhor passar no buraco do que acabar pegando motoqueiro", conta.

Segundo ele, não só os taxistas reclamam da qualidade do asfalto, mas também os passageiros. Ele já teve que trocar amortecedores, além de ter os pneus furados nos trajetos.

Já o contador Sérgio Serafim revelou que sofreu um acidente ao andar de bicicleta no entorno do piscinão da Penha, na zona leste. Era uma noite de junho do ano passado, ele pedalava na calçada quando bateu em uma placa. "A bicicleta subiu, eu cai de frente, perdi um dente e me ralei todo. Depois disso não andei mais. Tá tudo detonado, com buraco. Na rua Dezenove de Maio, na Vila Esperança, nem asfalto tem, é paralelepípedo", cobra.

Em novembro de 2019, Covas assinou a contratação de operação de crédito no valor de R$ 500 milhões para o financiamento do Programa de Recapeamento da Cidade de São Paulo. A previsão era de que os recursos permitiriam a recuperação de 3,2 milhões de metros quadrados de vias públicas até o fim de 2020.

Na ocasião, o prefeito ressaltou que as guias e sarjetas também seriam refeitas: “Se é feito o recape, sem refazer guia e sarjeta, você tem a entrada da água por baixo do asfalto e, desta forma, o trabalho precisará ser refeito em poucos meses. O que deveria durar anos acaba durando meses.”

O outro lado

Em nota, a Prefeitura de São Paulo disse que tem priorizado o atendimento das solicitações feitas pelos munícipes por meio da central 156. "Isso impactou diretamente no tempo médio de atendimento aos serviços de zeladoria como o tapa-buraco, que em janeiro de 2017, tinha 128 dias de prazo de atendimento e atualmente está em 22. Além disso, no mesmo ano, as solicitações de tapa buraco em estoque somavam 46.566. Já em janeiro de 2021, o estoque era de 10.375, uma redução de 77%. Em todo o ano de 2020, foram tapados 130.404 buracos. Somente em janeiro deste ano, 9.846", afirma órgão.

A nota ainda fala que agora a prefeitura tem controle das intervenções realizadas no pavimento da cidade com a ferramenta Geoinfra, sistema desenvolvido pela administração municipal – Convias e CET – e concessionárias como Comgás, Sabesp, Enel, entre outras. Ele permite que a gestão autorize a realização de obras na malha viária, calçadas e subterrâneos, e que possa acompanhá-las durante o processo.

"Com a digitalização, os processos que antes eram demorados se tornaram dinâmicos e mais eficientes, com redução de 180 para 20 dias para a autorização de obras. Desde o lançamento do Geoinfra, foram recebidos 29.096 protocolos para obras com intervenções nas vias, sendo 25.641 obras emergenciais. Em sua maioria, 24.050 obras são da Sabesp (83%)", explica. 

A pasta ainda informa que se o laudo técnico apontar que o serviço executado pela empresa não está de acordo com a legislação municipal, ela será acionada para refazer a obra ou serviço de acordo com as diretrizes das legislações. De junho de 2020 a janeiro de 2021, foram realizadas 7.668 visitas técnicas. Destas 5.777 obras visitadas não atenderam a legislação vigente.

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