São Paulo Reintegração de posse em terreno de Carapicuíba (SP) provoca protesto e interdição de avenida

Reintegração de posse em terreno de Carapicuíba (SP) provoca protesto e interdição de avenida

Decisão judicial vai remover 406 famílias que vivem em área de risco na chamada Vila Municipal. Policiamento foi reforçado

  • São Paulo | Letícia Assis, da Agência Record

Reintegração de posse em Carapicuíba, na Grande SP, provoca confusão e quebra-quebra

Reintegração de posse em Carapicuíba, na Grande SP, provoca confusão e quebra-quebra

Reprodução / Record TV

A Prefeitura de Carapicuíba, na Grande São Paulo, realiza uma reintegração de posse na região conhecida como Vila Municipal na manhã desta quarta-feira (25). A ação acontece na avenida Desembargador Doutor Eduardo Cunha de Abreu e provoca o fechamento total da via para a retirada dos moradores e móveis.

De acordo com a Record TV, no local vivem 1.294 famílias. No entanto, com o cumprimento de mandado judicial, 406 precisaram ser retiradas dos imóveis.

Segundo o secretário de Segurança Pública em Carapicuíba, Alexandre Rodrigues, foram realizados ao menos três laudos atestando as más condições da região.

Um primeiro documento, emitido pela Defesa Civil, indicou que o terreno é íngreme (45%) e, portanto, há grande possibilidade de solapamento da área e risco imediato de deslizamento de nível quatro de cinco, além da trepidação causada pelo fluxo dos trens da CPTM.

Com as informações, a prefeitura deu início ao processo de reintegração do terreno, que é realizado há dois meses.

Segundo o secretário, os moradores da área de risco recebem o auxílio aluguel de R$ 400 mensal até conseguirem mudar do endereço.

Para suprir a demanda, a prefeitura, a CDHU e o governo do estado constroem moradias populares na região. A finalização do projeto está prevista para daqui dois ou três anos. Durante esse tempo, os moradores permanecerão recebendo o auxílio aluguel, segundo o secretário.

A ação acontece desde às 4h. Prestam apoio equipes da GCM (Guarda Civil Municipal), Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar com o 5° BAEP, Tropa de Choque, 33° Batalhão de Polícia e o helicóptero Águia.

De acordo com o major Ricardo Ceoloni, porta-voz da PM, são cerca de 300 agentes para garantir a segurança da operação e devolver o terreno à prefeitura.

Mesmo com alguns moradores oferecendo resistência em sair do local, a corporação considera mínima a possibilidade de confronto.

Imagens registradas pelo helicóptero da Record TV flagraram as últimas famílias retirando os móveis. Em uma das residências, havia um incêndio, mas até o momento não há informações sobre as causas das chamas.

A energia elétrica e água foram cortadas, forçando os últimos moradores a deixarem o local.

Após vistoria, a prefeitura dará início ao processo de demolição dos imóveis. A previsão é que a ação dure todo o dia.

Ônibus e caminhões devem obrigatoriamente fazer o trajeto pelas avenidas Brasil, Perimetral e Antonio Faustino até o Km 21. Quem estiver vindo de Osasco, deve fazer o percurso pela avenida Antonio Faustino.

Protesto

Moradores fizeram um protesto contra a reintegração de posse em Carapicuíba nesta terça-feira (24). O ato aconteceu em frente ao Fórum de Carapicuíba.

Em vídeo, moradores queimaram objetos e tentaram interditar a via. De acordo com a Polícia Militar, a manifestação foi controlada.

Prefeitura de Carapicuíba

Em nota, a Prefeitura de Carapicuíba informou que, seguindo as recomendações de segurança da Polícia Militar, não haverá aula nas escolas municipais Peter Pan, Monteiro Lobato e Zilda Arns, além da escola estadual Paulo Idevar Ferrarezi e Sesi.

Algumas vias estão com o fluxo de veículos interrompido durante o cumprimento da decisão judicial. A avenida Desembargador Doutor Eduardo Cunha de Abreu está interditada da rotatória do Km 21 até a altura da avenida Brasil. Há também o fechamento parcial das ruas Atenas, Sebastião Pereira e São João Delrey.

A prefeitura disponibilizou caminhões de mudanças para os moradores.

Segundo a administração, os moradores possuem dois meses creditados de ajuda de custo (R$ 400 mensais) e continuarão recebendo até os apartamentos serem entregues. As unidades habitacionais da CDHU serão construídas próximas ao fórum, em área doada pela prefeitura. O processo de licitação está em andamento.

Após o cumprimento da decisão judicial, o governo e a Prefeitura de Carapicuíba prometem dar início ao processo burocrático e legal das obras do viaduto, que é uma antiga reivindicação da população.

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