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Salário de delegado de polícia em SP é o menor do Brasil, diz estudo

Segundo pesquisa do sindicato da categoria, estado paga menos da metade da remuneração no MT, líder do ranking nacional

São Paulo|Cesar Sacheto, do R7

Carreiras da Polícia Civil de SP pagam os menores salários do país, diz sindicato
Carreiras da Polícia Civil de SP pagam os menores salários do país, diz sindicato

O Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) divulgou, nesta segunda-feira (4), um levantamento no qual os delegados da Polícia Civil paulista ocupam a última posição do ranking de sálarios da categoria em todo o país. O estado ainda aparece na 23ª e 24ª posições nas tabelas de remunerações de investigadores e escrivães, respectivamente.

De acordo com a mais recente pesquisa Defasômetro, concluída no final de 2020 — baseada em dados confirmados pelas secretarias de segurança pública estaduais, portais da transparência e edições de diários oficiais —, São Paulo paga aos seus delegados o valor de R$ 10.382,48, quantia que corresponde a 42% do holerite registrado no estado do Mato Grosso (R$ 24.451,11), maior remuneração da categoria no Brasil. Os dados estão disponíveis no site da entidade (sindpesp.org.br). 

A presidente do Sindpesp, Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, afirma que a desvalorização dos agentes de segurança pública é um problema antigo, mas se acentuou durante a gestão do governador João Doria (PSDB), a partir de 2018.

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"No mesmo mês em que o Sindpesp chegou ao lamentável resultado que colocou os delegados paulistas na lanterna dos salários, o governo do estado mandou para a Assembleia Legislativa [do estado] um projeto de orçamento de R$ 246,3 bilhões para 2021, que coloca São Paulo disparado como o estado mais rico do Brasil", declarou a delegada.


Sucateamento da Polícia Civil paulista

Raquel Gallinati avalia que a desvalorização salarial é um dos principais motivos do sucateamento da carreira policial no estado de São Paulo, somada ao déficit do efetivo e à falta de estrutura. A delegada diz ainda que dos 41.912 cargos previstos para a instituição, apenas 27.464 estão ocupados. Ela cobra investimentos por parte do governo estadual para a Polícia Civil.

"Faltam 14.448 policiais civis em São Paulo. Ou seja, trabalhamos com recursos humanos 34,5% abaixo do número ideal, o que causa sobrecarga de trabalho, estresse e reflete diretamente na qualidade da segurança para o povo paulista", complementou.


A delegada Raquel Gallinati enfatiza também que a defasagem salarial e os riscos enfrentados pelos policiais civis durante a pandemia do novo coronavírus comprometem a qualidade do atendimento ao público.

"Pelo descaso do governo [estadual], não temos condições para fazer o trabalho que a população de São Paulo merece, que é um trabalho de excelência", finalizou a presidente do sindicato dos delegados paulistas.


Investigadores e escrivães

Os vencimentos de investigadores e escrivães paulistas também estão entre os piores da federação, conforme o estudo do Sindpesp. Com valor inicial de R$ 3,931,18, estão à frente apenas de Pernambuco, Santa Catarina, Alagoas e Ceará (no caso dos investigadores). Entre os escrivães, somentes os agentes pernambucanos, alagoanos e cearenses recebem valores inferiores aos paulistas.

Governo paulista responde

Em nota enviada ao R7, a A SSP-SP (Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo) afirma que investe na valorização, ampliação e recomposição do efetivo policial em todo o Estado.

Segundo o texto, a atual gestão reajustou em 5% o piso salarial dos policiais, equiparou o auxílio alimentação dos agentes, além de ter ampliado a bonificação por resultados, que passa a ser bimestral. Em dezembro, mais de R$10 milhões foram pagos em bonificação referente ao 1º bimestre de 2020 para as polícias do Estado.

"Além dos 600 investigadores nomeados no dia 30 de dezembro, outros 288 policiais civis serão nomeados em janeiro. Somente nesta gestão foram contratados mais de 9,8 mil policiais, sendo 1.323 civis. Todos já estão em plena atividade, reforçando a segurança no Estado. Outros 910 profissionais estão atualmente em formação, 218 deles são policiais civis, e em breve estarão atuando em defesa da população paulista", complementou o comunicado da pasta.

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