São Paulo analisa areia de escolas e parques e alerta contra parasitas
Período de recesso é o mais indicado para coleta de amostras por não ter contato humano. Serviço é gratuito na rede municipal
São Paulo|Do R7
O Labzoo (Laboratório de Zoonoses e Doenças Transmitidas por Vetores), da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, realiza análises gratuitas em areias de escolas públicas e parques da cidade, com o objetivo de identificar fungos e parasitas causadores de doenças.
Para escolas particulares é cobrada uma taxa por amostra, que varia de R$ 30 a R$ 50. O período de recesso escolar é o ideal para a análise e tratamento nas escolas, já que o local deve ficar isolado de contato humano.
Entre janeiro de 2019 e outubro de 2021, foram analisadas 337 amostras de 28 locais, sendo 13 escolas públicas,12 particulares e três parques municipais. Dessas, 192 estavam contaminadas com Ancylostoma spp, que causa o chamado amarelão, ovos de Toxocara spp, um parasita que habita o intestino delgado, e ovos de Ascaris lumbricoides, comumente chamadas de lombrigas.
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Os parasitas encontrados podem causar as síndromes larva migrans cutânea e visceral, que causam, entre outros sintomas, infecções, febre, dor abdominal e diminuição da visão, por exemplo. Se necessário, utilizam-se medicamentos que tratam vermes nos sistemas digestório, nervoso, reprodutor e excretor.
De acordo com Simone Zaahary Pires Brandão, responsável pelo setor de parasitologia do Labzoo, o acesso dos animais a esses locais, a falta de recolhimento das fezes por parte dos tutores e a localização dos tanques de areia são fatores que influenciam diretamente a presença de parasitas.
“Cuidar dessas areias é extremamente importante, pois, se estiverem contaminadas e as crianças brincarem nelas, por exemplo, podem contrair as parasitoses. Tendo essa análise, a escola pode protegê-las. Basta que as escolas entrem em contato com o Labzoo e solicitem a coleta”, explica.
Após o contato, uma equipe vai até a escola e coleta algumas amostras de pontos estratégicos, nos quais há areia. “Observamos ovos ou larvas e, se der positivo, mandamos junto todas as orientações de como manejar a areia para acabar com o parasita específico que está na amostra”, conta Simone.
As orientações incluem a movimentação da areia de duas a três vezes por semana para que o sol resseque os ovos, a cobertura da areia com plástico após o fechamento da unidade, para que felinos não tenham acesso à areia. E, pelo menos uma vez ao ano, a areia deve ser trocada por outra.