Movimento em academia reaberta em São Paulo
DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDODepois de um mês de execução do Plano São Paulo – que determina os critérios de liberação em fases da quarentena –, o Comitê de Contingência do estado estuda alterar os critérios adotados na fase de flexibilização e anunciar mudanças para a transição até o final do mês de julho.
Na prática, as regras para a retomada da economia serão aliviadas quando houver a mudança.
De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, entre os critérios que devem sofrer alteração está o índice que mede a capacidade do sistema de saúde, principalmente, a disponibilidade de leitos de UTI em cada município paulista.
Pelo plano, para entrar na fase verde, a cidade precisa ter uma taxa de ocupação de UTI abaixo de 60%.
Na prática, há a reclamação que o plano traçado foi adequado para a fase de maior controle da pandemia – fases vermelhas até amarela. Mas não reflete a realidade que o sistema de saúde enfrenta na gestão de reabertura.
A capital, por exemplo, apresentava no dia 1º de julho 40% de leitos vazios de UTI. Mesmo assim não pode liberar a ocupação desses leitos para pacientes que não têm covid para se manter dentro dos índices previstos na fase amarela. A prefeitura atualmente tem 190 leitos particulares contratados. O atual contrato tem validade até o final do mês de julho e a expectativa é que não seja totalmente renovado.
Para a entrar na fase verde, seria necessário contratar mais 689 leitos de UTIs, sendo que boa parte continuaria ociosa.
Os números preocupam a administração municipal porque, além de mais de R$ 10 milhões por mês (custo de R$ 2.100/leito ao dia) para mantê-los, há agora uma procura maior por leitos comuns já que há uma retomada dos procedimentos eletivos e também de urgência e emergência.
A saída discutida internamente seria afrouxar os critérios ou mesmo liberar a fase verde para as cidades que permaneçam por 4 semanas consecutivas na fase amarela, mantendo índices de redução em internação e óbitos, por exemplo.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, o governo disse que há um acompanhamento minucioso dos índices nas diferentes regiões. A capital paulista, que está na fase amarela desde o dia 3 de julho, e a Baixada Santista apresentam queda significativa de internações e óbitos em relação a regiões do interior paulista diante de “momentos distintos exigem práticas diferentes”.
Na última segunda-feira (13), academias e parques municipais de São Paulo começaram a reabrir. A reabertura das academias foi revista pela prefeitura, pois era considerada apenas para a fase 4 (verde). No entanto, a gestão de Bruno Covas decidiu adiantar o funcionamento do setor.
A diferença entre a fase 3 (amarela) e a 4 (verde) era justamente a abertura, com restrições, de academias. Já na fase 5 (azul), todas as atividades são retomadas sem restrições. Apenas neste estágio podem ser reabertos teatros, cinemas e espaços públicos. Também apenas na fase 5 podem ser promovidos eventos que provoquem aglomeração, como os esportivos.