São Paulo terá 11 novos hospitais de campanha com leitos de UTI
Segundo o governo, na semana passada, a ocupação de leitos era de 68,8% na Grande SP e de 66%; hoje taxa chega a 80%
São Paulo|Do R7
O estado de São Paulo terá 11 novos hospitais de campanha com leitos de unidade de terapia intensiva e enfermaria, para conter o alta de casos de covid-19 no estado. O anúncio foi feito, nesta segunda-feira (8), durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.
De acordo com o governo, as novas unidades serão inauguradas em Santo André, Andradina, Santos, Barretos, Botucatu, Campinas, Ourinhos, Tupã, Itapetininga, Fernandópolis e na zona norte da capital paulista. Segundo o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, 280 leitos, sendo 140 leitos com UTI e 140 de enfermaria.
O governador João Doria já havia anunciado, na sexta-feira (6), que a situação é cada vez mais grave em todo o estado. "Pedi para que fossem liberados recursos para implantação de novo hospital de campanha", afirmou. Apesar da abertura de um hospital de campanha, Doria havia dito que não seriam abertas tendas com leitos primários. "Precisamos de quartos com equipamentos de UTI e não de tendas como já foi feito no passado", explicou.
Atualmente, todas as regiões do estado estão classificadas na fase vermelha do plano de flexibilização, a mais restritiva. Além disso, o governo criou ainda o toque de restrição que impõe restrições à circulação e, sobretudo, à realização de festas e eventos das 20h às 5h.
Gorinchteyn afirmou que o estado trabalha para identificar os pacientes com covid-19 que devem ter prioridade no atendimento. "Estamos em guerra. Diferente das guerras que costumamos ver em filmes com bombas, tiros e mortos pelas ruas, isso está acontecendo nos hospitais", assegurou.
Segundo o secretário, na semana passada, a ocupação de leitos era de 68,8% na Grande SP e de 66% em todo o estado. Isso significa que, a cada 2 minutos, três pacientes no estado de São Paulo são internados em UTIs ou enfermarias.
"Essa realidade está sendo vista por quem está na linha de frente nos hospitais, por aqueles que estão esperando o que fazer: quem vai viver e quem vai morrer. Exatamente essa guerra do inimigo invisível faz com que muitos neguem o que está acontecendo em nosso país, em nossa própria sociedade. Temos que conter essa velocidade de expansão da pandemia", defendeu.
João Doria (PSDB) comentou ainda as ameaças que sofreu no último fim de semana. "Não tenho medo de agressões, ameaças, fake news e de aqueles que nesse último fim de semana tentaram impor a mim e a minha família o medo", afirmou.