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Saul Klein, herdeiro das Casas Bahia, é condenado a pagar R$ 30 milhões por tráfico de pessoas

Decisão é da Justiça do Trabalho; empresário é acusado de aliciar mulheres e adolescentes com falsas promessas de emprego para explorá-las sexualmente

São Paulo|Julia Girão*, do R7

Saul Klein é filho do fundador das Casas Bahia e foi condenado na Justiça do Trabalho
Saul Klein é filho do fundador das Casas Bahia e foi condenado na Justiça do Trabalho

O empresário Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, Samuel Klein, foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 30 milhões por aliciar mulheres e adolescentes com falsas promessas de emprego e explorá-las sexualmente, submetendo as vítimas a condições análogas às da escravidão.

A decisão é desta quinta-feira (14) e atende a pedidos feitos pelo MPT (Ministério Público do Trabalho). A indenização será revertida para três instituições sem fins lucrativos. Cabe recurso por parte da defesa.

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O MPT investigou o caso e constatou que Saul Klein cooptava adolescentes e jovens entre 16 e 21 anos, em situação de vulnerabilidade social e econômica, com a falsa promessa de que iriam trabalhar como modelos.

De acordo com o órgão, após o aliciamento, as mulheres e adolescentes eram inseridas "em um criminoso esquema de exploração no sítio de Saul Klein, sendo obrigadas a manter relações sexuais com o réu durante dias, sob forte violência psicológica e vigilância armada".


"Além de sofrerem restrição de liberdade e de realizarem práticas sexuais forçadas, situações que geraram graves consequências psicológicas para as vítimas, ainda foram contaminadas por doenças sexualmente transmissíveis, como atestado por ginecologista que as atendia durante os eventos", afirma o MPT. 

Sentença e multa de R$ 100 mil

De acordo com o MPT, essa é a segunda maior condenação por dano moral coletivo pela prática de trabalho escravo e a maior por tráfico de pessoas em todo o país.


Na sentença, o Judiciário reconheceu que foi comprovado, para fins trabalhistas, que o réu mantinha diversas mulheres em condição análoga à de escrava, contratadas para trabalhos sexuais em seu favor.

E ressaltou que o esquema mantido pelo réu para satisfazer seus desejos pessoais feriu aspectos íntimos da dignidade da pessoa humana, causou transtornos irreparáveis nas vítimas e mudou definitivamente o curso da vida de cada uma delas.

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Diante disso, Saul Klein foi condenado ao pagamento de indenização, a título de dano moral coletivo, no valor de R$ 30 milhões. Também foi imposta uma multa de R$ 100 mil para cada vez que o réu descumprir a proibição de praticar tráfico de pessoas.

O R7 entrou em contato com dois advogados que trabalharam na defesa de Saul Klein, mas ambos afirmaram que não trabalham mais para o empresário. O espaço está aberto para manifestações por parte da defesa do réu.

* Sob supervisão de Bruno Araujo

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