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Seca provoca racionamento de água no interior de São Paulo

Moradores de Salto estão enfrentando rodízio com abastecimento em dias alternados. Não chove no município há 103 dias

São Paulo|Emerson Ramos, da Record TV

Ribeirão Piraí, em Salto, no interior de São Paulo
Ribeirão Piraí, em Salto, no interior de São Paulo

O Saee (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Salto, cidade com 120 mil habitantes a 80 quilômetros da capital paulista, ampliou o rodízio no fornecimento de água. Desde julho, a concessionária vem adotando a medida emergencial por causa da estiagem. Não chove no município há 103 dias. 

Desde domingo (22), o nível do Ribeirão do Piraí, que abastece 80% do município, está tão baixo que a captação de água chegou a apenas metade do volume coletado normalmente.

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O esquema de fornecimento, que era de 36 horas com abastecimento e 12 horas sem, foi alterado para 24 horas com água e outras 24 horas de interrupção do serviço.

O diretor de atendimento do Saae Alexandre Moreno diz que a concessionária não descarta o risco de um racionamento ainda maior. “A previsão é que vamos permanecer em estiagem até o fim de outubro. Só a economia de água vai nos ajudar a passar dessa crise.”


Sistema Cantareira

Na região metropolitana de São Paulo, o nível do Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de 7 milhões de pessoas, preocupa especialistas. Nesta terça (24), o reservatório atingiu 38,1% do volume útil.

Para o professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP Pedro Cortês, a crise hídrica é pior do que a enfrentada em 2014. “Nós temos hoje um volume de água armazenado 20% inferior ao mesmo período em 2013, ano que antecedeu a crise. E o total acumulado de chuvas também é inferior ao de 2013", afirma o professor. "O prognóstico para o segundo semestre é ruim porque nós vamos ter um redução de chuvas na primavera e no verão", complementa Cortês.

O especialista defende que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) adote medidas como a concessão de bônus na conta para quem reduzir o consumo. “Nós devemos economizar porque poderemos ter uma crise séria de abastecimento no próximo ano e toda água que conseguirmos economizar será útil”, alerta o professor.

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