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Sem insumos, Butantan enviará em maio menos da metade das vacinas

Previsão de entrega da CoronaVac era de 12 milhões de doses, mas SP deve produzir 5 milhões. Expectativa para junho é de 6 milhões

São Paulo|Do R7

Sem liberação de insumos, governo de SP teme paralisação na produção de vacinas
Sem liberação de insumos, governo de SP teme paralisação na produção de vacinas

Sem os insumos que precisam ser liberados da China, o Instituto Butantan deve entregar menos da metade das doses da CoronaVac previstas para o mês de maio. A informação foi confirmada pelo diretor do instituto, Dimas Covas, durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (14). 

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"Nesse momento, o que se atrasa é a previsão de entrega de 12 milhões em maio. Vamos entregar pouco mais de 5 milhões. Em junho, temos a previsão de 6 milhões. Se o IFA chegar vamos cumprir a previsão. O problema é com a liberação, que tem que ser o mais rápido possível", disse o diretor do instituto.

"Oferecemos uma programação de entrega que vai sofrer atraso em maio, mas poderá ser recuperada em junho. O primeiro contrato foi cumprido com 12 dias de atraso o que é normal em um volume de 46 milhões de doses. O segundo contrato, assinado em fevereiro, está em andamento", esclareceu Covas. "A rigor, o mês ainda não terminou. Estamos dizendo que vamos atrasar porque não tem mais IFA."

O diretor do Butatan afirmou que, na manhã desta sexta-feira, conversou com as autoridades chinesas e não houve a liberação dos 10 mil litros de insumos. No entanto, Covas disse que a Fiocruz obteve a liberação de matéria-prima da China para o dia 22. "É uma boa notícia, então é possível que tenhamos uma boa notícia também."


A coordenadora do PEI (Programa Estadual de Imunização), Regiane de Paula, disse que o cronograma anunciado pelo governo de São Paulo será cumprido. "Há vacinas para ser feito o que foi prometido. Claro que precisávamos de mais, mas estamos trabalhando para que não se tenha perdas sobre o que já foi anunciado", disse ela.

"Vivemos um momento muito difícil no Brasil, a pandemia ainda continua causando muito mais mortes. Não é possível que o Butantan tenha uma paralisação em sua produção por uma questão burocrática", afirmou. 


A coordenadora do PEI informou ainda que, nessa semana, havia a expectativa de receber 1 milhão das vacinas da Fiocruz. No entanto, foram recebidas quase 40% a menos do que o anunciado. "Quando vamos parar? Esperamos não parar, podemos diminuir o ritmo, mas esperamos que o governo federal se sensibilize e tome as atitudes que deve tomar", afirmou Regiane. 

Novas doses

O Instituto Butantan entregou nesta sexta-feira mais 1,1 milhão de doses ao PNI (Programa Nacional de Imunização). Com a nova remessa, são 47.212 milhões de doses da CoronaVac entregues ao Ministério da Saúde. "Completamos a primeira etapa do contratado e iniciamos a segunda etapa", disse o governador João Doria (PSDB). 


"A má notícia é que não temos mais insumos para a produção da CoronaVac porque o governo da China não liberou o embarque de 10 mil litros de IFA que estão prontos, o que correspondem a 18 milhões de doses da vacina, absolutamente necessários para quem precisa se vacinar e para quem precisa tomar a segunda dose", afirmou Doria. 

Doria disse ainda que o entrave burocrático para a liberação da matéria-prima é consequência de ofensas e problemas diplomáticos entre o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e autoridades chinesas. "Faço um apelo às autoridades chinesas para dizer que os brasileiros não pensam como o presidente e continuam agradecendo a China por salvar vidas. As ofensas proferidas pelo governo federal representam uma ofensa aos chineses e aos brasileiros."

Produção da Butanvac

O diretor do Butantan disse ainda que a produção da ButanVac, vacina produzida integralmente no país, está em andamento. "Há seis milhões de doses em processo. A primeira parte já foi produzida e estamos aguardando o controle de qualidade. A produção continuará até 18 milhões de doses em junho."

Covas informou que o Instituto Butantan recebeu mais 15 questionamentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar o estudo clínico com o imunizante. "Essa vacina vai nos trazer independência total", disse ele. 

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