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'Senti o chão vibrar com bombas', diz moradora de Araçatuba (SP)

Pessoas foram usadas como escudo para impedir que policiais atirassem. Ação criminosa deixou ao menos 3 mortos e 5 feridos

São Paulo|Isabelle Amaral, do R7*

Refém foi colocado no teto de carro pelos bandidos em Araçatuba
Refém foi colocado no teto de carro pelos bandidos em Araçatuba

Os ataques às instituições bancárias de Araçatuba, no interior de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (30), aterrorizaram os moradores da cidade que ouviram a troca de tiros por cerca de duas horas. Júlia Pinheiro, de 18 anos, afirmou que sentiu os tremores. "Senti o chão vibrar e fiquei toda arrepiada", disse a jovem à reportagem do R7

Julia afirma que assistir a ação foi aterrorizante. Segundo ela, que mora a oito minutos do centro da cidade, onde ocorreu a ação criminosa, quando as bombas estouraram foi possível sentir o impacto no solo. 

"O que mais chocou foi a forma deles lidarem com os reféns", relatou a menina, que passou a madrugada desta segunda-feira (30) compartilhando em suas redes sociais as informações sobre o ataque em agências bancárias de Araçatuba, no interior de São Paulo.

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"Eles mandaram os reféns tirarem a camisa e deitarem no carro para a própria proteção. Além disso, eles tinham bombas e fuzis que nem a própria polícia tem acesso", disse a jovem.


O ataque deixou ao menos três mortos e cinco feridos. Uma das vítimas, um ciclista de 25 anos, passou pelo local, foi atingido por um artefato explosivo e teve os dois pés amputados. Homens fortemente armados fizeram um escudo humano com reféns.

A prefeitura da cidade suspendeu todas as aulas e a vacinação que ocorria no centro. A Polícia Militar pediu à população que evitem sair às ruas do centro. No período da manhã, equipes do Gate trabalharam para desmontar artefos explosivos que restaram pelo local. 


A jovem disse, ainda, que após o roubo, o grupo fugiu e passou a três quarteirões de sua casa atirando. Júlia disse ainda que temia que alguém fosse atingido por bala perdida.

Explosivos, drone e escudo humano

Além das vítimas fatais e dos feridos, o ataque em Araçatuba fez reféns, queimou automóveis, destruiu agências bancárias locais e aterrorizou o município do interior paulista. Mais de 20 homens participaram da ação, se utilizando de dez veículos, que são periciados.


O secretário em exercício da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, coronel Álvaro Camilo, disse que “ainda é cedo” para conectar o ataque dos criminosos a outras quadrilhas, e comentou que a reação da polícia foi rápida para conter o grupo.

"Fizemos uma força de reação rápida embora eles tenham tentado não deixar a polícia agir. Tivemos duas trocas de tiros, com um infrator morto, um ferido e um preso. Também houve cinco vítimas, sendo dois mortos na ação dos criminosos e três feridos”, afirmou Camilo.

Ao todo, mais de 350 agentes da polícia atuam na cidade, que agora está cercada em busca de mais criminosos. A operação conta com a atuação de quatro Baeps (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), Goe (Grupo de Operações Especiais), Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), da Polícia Civil e dois helicópteros Águia da Polícia Militar.

*Estagiária sob supervisão de Fabíola Perez

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