Sequestros-relâmpago aumentam 39,1% com PIX em SP
Dados são de janeiro a julho deste ano, com 206 boletins registrados. Há quadrilhas especializadas só neste tipo de crime
São Paulo|Isabelle Amaral,* do R7
Desde que o Pix chegou aos bancos do estado de São Paulo, os sequestros-relâmpago e roubos na região têm se intensificado. De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), entre janeiro a julho deste ano, houve um aumento de 39,1%, com 206 boletins de ocorrência de sequestro-relâmpago.
As forças de segurança prenderam mais de 100 criminosos, identificaram outros 74 e apreenderam quatro menores de idade envolvidos com essa modalidade criminosa.
Leia também
Além disso, os suspeitos usam também aplicativos de mensagem e sites para aplicar o golpe. Foi o caso da família de Edilson Júnior, ele relatou ao ao R7 quea família teve um prejuízo de mais de R$ 1.000 após seu pai cair no golpe por meio de uma mensagem no WhatsApp em meados de junho.
A vítima recebeu uma mensagem que supostamente seria da sua irmã dizendo que havia trocado de número. Ele salvou e pouco tempo depois mandaram uma mensagem por esse número dizendo que não estava conseguindo fazer um pagamento de um boleto e que o vencimento era no mesmo dia.
A vítima, achando que era a irmã e querendo ajudar, transferiu o valor. "Como ele tinha vendido a moto na mesma semana, transferiu o dinheiro para a conta solicitada e ligou para confirmar, porém, na verdade a minha tia não tinha trocado de número, e meu pai descobriu que tinha caído do no golpe", relatou Edilson.
O Pix é bastante popular entre os brasileiros. De acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), 51% das transações foram feitas por celulares ou tablets, e é exatamente essa facilidade que atrai as pessoas.
A Polícia Civil recomenda que o usuário do PIX estabeleça um limite em sua conta junto ao banco. Caso tenha sido vítima, precisa reunir toda documentação da transação (extratos, comprovantes, etc) e registrar um boletim de ocorrência em qualquer distrito policial ou na Delegacia Eletrônica.
PIX
Criado pelo Banco Central, o pix é o pagamento instantêneo brasileiro em que os recursos são transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia.
Antes, a maneira mais conhecida de tranferir valores entre bancos era por TEDs ou DOCs, que tinham taxas de juros e não podiam ser realizadas todos os dias ou horas.
*Estagiária sob supervisão de Ingrid Alfaya