Serviço Funerário volta a controlar carros de remoção de corpos em SP
Serviço havia sido transferido para empresa terceirizada, troca que teria provocado atrasos em sepultamentos, segundo sindicato
São Paulo|Do R7
Os funcionários do SFM (Serviço Funerário Municipal), autarquia da Prefeitura de São Paulo, reassumiram nesta semana o trabalho de remoção de corpos na capital paulista, após denúncia feita pelo Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo) sobre a ocorrência de atrasos no serviço e, consequentemente, em sepultamentos.
O recuo na troca de trabalhadores do SFM que atuam na mesa de tráfego — área responsável pelo controle da saída dos carros da garagem — por funcionários da empresa terceirizada FVB, determinada pela gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) no dia 11 de março, foi considerada uma vitória pela entidade.
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No entanto, o diretor do Sindsep, João Batista Gomes, enfatizou que o sindicato pretende pedir, em reunião com a superintendência da autarquia, a exclusão da cláusula do contrato que trabalho que prevê a mudança do trabalho na mesa de tráfego pela empresa terceirizada.
"Entendemos que esse contrato é nulo, uma vez que a empresa que faz o transporte é a mesma que faz o controle de remoção. Você não tem controle nenhum de quantos carros estão fazendo a operação", avaliou.
João Batista Gomes esteve na garagem do SFM da Vila Guilherme, na zona norte de São Paulo, para acompanhar a retomada das funções pelos servidores públicos. "Foi uma pequena vitória da luta dos trabalhadores e a gente vai continuar o nosso movimento para manter a mesa do tráfego na mão do serviço público", ressaltou o dirigente sindical.
Nesta segunda-feira, a Prefeitura de São Paulo negou que tenha havido recuo no retorno dos funcionários da terceirizada pela equipe do SFM. Na verdade, a medida faz parte de uma transição no serviço.
Em nota, na semana passada, o SFM informou que teve conhecimento de casos pontuais de atraso e lamentou o ocorrido. No entanto, a prefeitura paulistana negou a existência de atrasos na remoção de corpos e garantiu que agiu para otimizar os translados.
Confira a íntegra do comunicado emitido pela prefeitura paulistana sobre o serviço de remoção de corpois na cidade:
"Por meio do Serviço Funerário do Município de São Paulo, esclarece que com o objetivo de otimizar o translado de corpos e evitar atrasos, garantindo dignidade às vítimas e reduzindo o sofrimento dos familiares, deu início, ainda em 2020, ao processo licitatório para a contratação de novos carros tendo em vista que os contratos vigentes foram encerrados no último dia 10, uma vez que completaram os 60 meses, tornando-os inviáveis de prorrogação.
Dentre os licitantes, a empresa contratada atendeu todas as especificações do edital, tais como carros adaptados com motorista e combustível por conta da empresa. Dessa forma, a contratação de 40 carros, que aconteceu de forma regular por meio de licitação, teve início no dia 11 de março de 2021.
Além do reforço de 40 carros incluindo abastecimento dos veículos, motoristas devidamente instruídos pelas normas do Serviço Funerário e demais custos e despesas necessárias ao cumprimento integral das obrigações decorrentes da contratação nos quais se enquadra também o fornecimento de equipamentos de segurança para uso dos motoristas, a empresa passa a conduzir a logística de transporte, organizando a saída dos carros para os locais de dos corpos na cidade.
O serviço ganhará agilidade, já que anteriormente era realizado por quatro funcionários e apenas um telefone. Com a terceirizada à frente, serão oito funcionários e seis telefones para condução do tráfego.
A mesa de tráfego permanece sob a direção da empresa, funcionando no Polo Vila Guilherme onde ficam estocadas as urnas funerárias. Os funcionários do SFMSP irão, neste período de transição dos serviços, prestar auxílio para maior agilidade no controle dos carros para traslado na cidade de São Paulo.
Entre as medidas para agilizar o transporte de corpos na capital, mediante permissão da CET, os novos carros funerários, previamente cadastrados, possuem agora autorização para circular nos corredores e faixas de ônibus.
A autarquia informa que teve conhecimento de casos pontuais de atraso no translado de corpos e lamenta o ocorrido."