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Sindicato denuncia atraso de salários em hospital do Anhembi

Documento aponta sobrecarga de trabalho, excesso de pedidos de demissão e outras queixas no hospital de campanha, gerido por organização de saúde

São Paulo|Guilherme Padin, do R7

Excesso de pedidos de demissão por pressão e sobrecarga é uma das queixas
Excesso de pedidos de demissão por pressão e sobrecarga é uma das queixas

Denúncia enviada pelo Seesp (Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo) ao Ministério Público do Trabalho de São Paulo sobre o hospital de campanha do Anhembi, administrado pelo Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde), aponta atrasos no pagamento de adicionais noturnos, sobrecarga de trabalho e excesso de pedidos demissão, entre outras queixas de enfermeiros que trabalham no local.

Primeira queixa do documento, enviado há cerca de duas semanas ao MPT-SP e obtido pela reportagem do R7, a sobrecarga se deu pela falta de dimensionamento de pessoal: números inadequados de profissionais estariam prestando atendimento aos pacientes entre plantões diurnos e noturnos.

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“Tal sobrecarga vem causando adoecimento dos profissionais de enfermagem, que trabalham com um número escasso de profissionais, com risco de acidente do trabalho, e demais situações, colocando em risco os pacientes. E, ainda, a ausência de profissionais prejudica a análise e evolução dos pacientes, pois não há tempo suficiente para anotações de evolução dos pacientes, prejudicando a sistematização”, escreve a presidente do sindicato, Solange Caetano.

A responsável pela entidade afirma que recebeu inúmeras denúncias a respeito do hospital, cuja gestão da organização de saúde foi contratada pela Prefeitura de São Paulo.


A respeito dos salários, as denúncias são de atrasos no pagamento do adicional noturno. O salário é pago no quinto dia útil de cada mês e os adicionais noturnos, apenas no dia 15. Isto, segundo o documento, gerou atrasos no pagamento dos salários.

Veja também: Paciente com covid-19 denuncia falta de estrutura no hospital de campanha do Anhembi


Além da sobrecarga e dos atrasos, outras cinco queixas estão destacadas na denúncia do sindicato:

- falta de equipamentos como oxímetros e glicômetros, com quantidade insuficiente à demanda do hospital;


- falta de máquinas e carrinhos de emergência, não havendo em todos os setores, sobretudo nas enfermarias;

- excesso de pedidos de demissão de profissionais de enfermagem, “por pressão e sobrecarga de trabalho”;

- adesão ao trabalho dos enfermeiros sem treinamento prévio por parte do Iabas, e, muitas vezes, com distância exorbitante, pois encontram-se lotados nas regiões próximas as respectivas residências;

- disponibilização de máscaras N95 para uso “pelo período de sete dias, contrariando normas de medicina e segurança do trabalho”.

O documento de denúncia requereu ao MPT a exibição da lista nominal de enfermeiros contratados pelo Iabas para trabalhar no hospital de campanha do Anhembi; a lista nominal de enfermeiros que trabalham em todas as unidades de saúde administradas pela organização; relação salarial, com folha de pagamento, incluindo o adicional noturno; e comprovante de entrega de equipamentos de proteção individual.

O que diz o Iabas

Em nota, a instituição afirmou realizar o pagamento de todos os colaboradores adequadamente, e que atrasos pontuais ocorreram no início do processo de cadastramento e abertura de conta bancária – questão que já teria sido solucionada.

O Iabas negou, ainda, o excesso de pedidos de demissão, a falta de equipamentos de atendimento aos pacientes e as questões de dimensionamento de quadro – estas últimas, porém, reconhecendo que a disponibilidade de profissionais de saúde é um dos grandes desafios da pandemia. A administradora também disse que seus colaboradores passaram pelos treinamentos “Cuidados com pacientes com Covid-19” e “Paramentação e Desparamentação”, realizados pela área de Controle de Infecção Hospitalar do HMCamp.

Também procurada, a Secretaria Municipal da Saúde afirmou que as queixas são improcedentes, e que o hospital possui EPIs para todos os profissionais. Alegou, também, que, a partir de contrato firmado com o Iabas, a contratação dos profissionais e a gestão do trablho cabe à organização social.

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