Sindicato diz que 90% da categoria aderiu à paralisação do Metrô de SP
Categoria aguarda nova proposta de acordo salarial para retomar a circulação dos trens. Se não houver, greve está mantida
São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7
A greve do Metrô teve adesão de 90% da categoria, segundo o diretor do Sindicato dos Metroviários, Altino Prazeres. Participam da paralisação nas linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata (Monotrilho) operadores de trens, seguranças, funcionários da manutenção e até do Centro de Controle.
A exceção são chefes, que hoje foram colocados para operar os trens, uma vez que três linhas voltaram a operar parcialmente às 7h da manhã desta quarta-feira (19). Mas segundo o sindicato, com número limitado de composições em circulação.
Na Linha 1-Azul, a circulação ocorre apenas entre as estações Ana Rosa e Luz. Na Linha 2-Verde, os trens operam entre o Alto do Ipiranga e Clínicas e, na Linha 3-Vermelha, a circulação ocorre apenas entre a estação Bresser-Mooca e a Santa Cecília.
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A categoria aguarda uma convocação para retomar as negociações. "Estamos ansiosos e queremos atender a população de forma adequada. Tenho certeza que se o Metrô apresentar uma outra proposta, há sensibilidade da categoria em voltar na hora ao trabalho. Mas houve ataque ao acordo coletivo e o Metrô não compareceu à negociação", afirma Altino Prazeres.
De acordo com a entidade, em três reuniões anteriores para negociação, a empresa afirmou que não vai reajustar os salários e benefícios e confirmou o não pagamento das participações nos resultados de 2019 e 2020. Segundo a categoria, também houve a retirada do auxílio-transporte e do Adicional Risco de Vida. A entidade reivindica reposição salarial baseada no IPC-Fipe dos últimos 2 anos de 9,72%, reposição de Vale Refeição e Vale Alimentação de 29%, entre outros.
Segundo o diretor do sindicato, durante as negociações, foi apresentada outra possibilidade ao Metrô: a liberação das catracas em vez da greve, mas a proposta não foi aceita. "Seria uma forma de pressão econômica", explica.
A paralisação só não prejudicou a circulação nas Linhas 4-Amarela e 5-Lilás, que foram concedidas à iniciativa privada e que operam normalmente.
Os passageiros mais prejudicados estão nos extremos das linhas do Metrô, que também acumulam a demanda por transporte público vinda de outras cidades da região metropolitana.
O Metrô de São Paulo obteve uma liminar que garantia a circulação de 80% da frota nos horários de pico e de 60% no entrepico, mas a medida judicial não foi cumprida.
De acordo com Altino Prazeres, a greve continua até que as negociações sejam retomadas.