'Só no comércio pega o vírus e na condução lotada?', diz passageiro
Na primeira semana do retorno de SP à fase vermelha, usuários do transporte públcico reclamaram de lotação e redução da frota
São Paulo|Do R7
Na primeira semana do retorno de São Paulo à fase vermelha para tentar conter a propagação do coronavírus, os passageiros reclamaram da lotação dos trens e ônibus, do desrespeito ao distanciamento e da redução da frota. Eles também cobraram medidas de prevenção, uma vez que precisam trabalhar.
Mesmo com as restrições de funcionamento de serviços, o número de usuários do transporte público não sofreu grande redução, em especial nos horários de pico e o escalonamento de entrada de funcionários não foi colocado em prática.
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Rosenildo Santana, de 37 anos, sai da estação Calmon Viana, em Poá, na Grande São Paulo, e vai até a Conceição, na zona sul da capital. Ele acredita que não houve mudança na fase vermelha e o transporte continua cheio. "Medo a gente sente, mas precisamos trabalhar e o único meio da gente se locomover é o trem. Máscara e álcool gel virou uma lei pra nós. Será que só no comércio que pega o vírus, na condução lotada não pega?", questiona o ajudante de obras.
A auxiliar de limpeza, Josilene Costa, de 42 anos, mora em Guaianases, no extremo leste da capital e trabalha na alameda Santos, na região central. Ela depende do transporte público no deslocamento. "Continua lotado do mesmo jeito, tá todo mundo reclamando. Será que no transporte coletivo não tem corona?", disse.
Segundo ela, ainda tem muita gente que não usa máscara e sugere que a CPTM forneça a proteção aos passageiros.
A funcionária pública Alessandra Oliveira, de 45 anos, faz o trajeto Santana, na zona norte, até a estação Berrini, na zona sul, e reclama do transporte oferecido. "Está péssimo. Não está como era na vida normal, mas tá muito aquém do que deveria ser. Sinto um descaso da administração pública", afirma.
Ela já tomou a vacina contra a covid-19 e defendeu a imunização de todos o mais rápido possível como a única forma de vencer o vírus.
Já a passageira Alice Mesquita, de 35 anos, já teve covid-19 há um ano. Ela perdeu o olfato e paladar. Mas não só ela: a mãe, a filha, a irmã e o cunhado também foram contaminados pelo coronavírus. O caso mais grave foi o da mãe da assistente financeiro, que precisou ficar internada por cinco dias no Hospital Regional de Osasco, na Grande São Paulo, porque a saturação caiu e ela tem diabetes e pressão alta.
Diariamente ela faz o trajeto Butantã, na zona oeste, até a estação Pesidente Altino, em Osasco. "O transporte tá horrível, tá muito mais cheio. Na rua ainda tem pessoas sem máscaras, tá complicado. Não vejo a hora de tomar vacina", conta.
Gabriela Salomão trabalha com hotelaria e usa o transporte público no deslocamento
da Vila Sônia até a estação Berrini, na zona sul: "Essa semana senti um aumento exponencial no transporte. Foram tirados ônibus da frota, aí as linhas enchem pelas poucas opções".
Ela defende a reabertura do comércio nos mesmos moldes do que foi feito com o setor de hotelaria: "Seguindo os protocolos pode funcionar. Com os comércios fechados, não tem receita para pagar os funcionários, aí fica difícil".
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