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Sobrevivente de naufrágio no litoral de São Paulo diz que ‘ninguém estava de colete’

Embarcação transportava sete pessoas; cinco foram salvas e duas permanecem desaparecidas desde domingo (29)

São Paulo|Do R7 e Do Estadão Conteúdo

Naufrágio na Garganta do Diabo: barco afunda e duas mulheres desaparecem Reprodução/Ric/Google Maps/Facebook

A Marinha do Brasil investiga se o barco “La Linda”, que naufragou no último domingo (30) em São Vicente, no litoral paulista, com sete pessoas a bordo, estava em situação regular de navegação.

Segundo CPSP (Capitania dos Portos de São Paulo), com a perda da documentação durante o naufrágio não foi possível confirmar a identificação e as características do barco. Um inquérito administrativo foi instaurado a fim de identificar as possíveis causas e apurar responsabilidades.

O naufrágio lançou os sete ocupantes do barco ao mar, próximo à Ilha Porchat, em São Vicente, litoral de São Paulo. As vítimas retornavam de uma festa a bordo de uma lancha maior.

Cinco pessoas, entre elas o piloto da embarcação, foram resgatadas pelas equipes de salvamento do Corpo de Bombeiros e da Marinha. Elas receberam atendimento médico e passam bem. Duas mulheres — Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27 anos, e Aline Tamara Moreira de Amorim, 37 — desapareceram no mar e ainda são procuradas.


Uma das sobreviventes, a estudante Camila Alves, de 20 anos, disse em vídeo postado em sua rede social que os ocupantes do barco não usavam coletes. “Na hora que o barco virou, ninguém estava com colete. E nenhuma das meninas sabia nadar”, relatou. “Eu não sei nadar. A Bia (Beatriz, a mulher desaparecida) e a Vanessa (Audrey, sobrevivente) não sabiam nadar. Quando o barco virou, o barco tinha três coletes e dois galões de gasolina. Todo mundo se agarrou e cada um tentou salvar a sua vida”, disse.

Camila contou que, para sobreviver, tentou se jogar sobre as pedras e se agarrar em um rochedo. Ela sofreu vários ferimentos, inclusive um corte mais profundo na cabeça. Contou ainda que engoliu muita água e que os coletes e os galões ajudaram a flutuar.


Investigações

A informação prestada pelo condutor da embarcação é de que o barco estaria cadastrado com o nome “La Linda”, possuindo seis metros de comprimento. O casco foi construído em alumínio, mas, segundo a Marinha, ainda não foi possível determinar a sua capacidade. A CPSP pode determinar que o proprietário ou a empresa responsável faça o resgate da embarcação para perícia.

O naufrágio será apurado também pela Polícia Civil, mas até esta terça-feira, 1, os envolvidos não tinham sido ouvidos. Um dos pontos a ser apurado é se o barco oferecia condições de segurança aos seus ocupantes. O local onde ocorreu o naufrágio é considerado crítico para navegação.


No fim da tarde de ontem, o GBMar (Grupamento de Bombeiros Mar) informou que as buscas pelas duas mulheres desaparecidas continuavam com duas embarcações do Corpo de Bombeiros, duas viaturas terrestres e um helicóptero da Polícia Militar, além de uma embarcação da Marinha.

”As operações estão sendo concentradas nas áreas costeiras próximas ao local onde o acidente ocorreu, com o objetivo de cobrir a maior extensão possível e aumentar as chances de localizar as vítimas”, disse a corporação. As ações estão acontecendo das 7h às 19h.

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