SP anuncia mais 338 novos leitos para pacientes com covid-19
Destes, 167 serão de UTI. "Não daremos conta de abrir novos leitos, precisamos de ajuda de todos", diz Jean Gorinchteyn
São Paulo|Do R7
O Estado de São Paulo anunciou, nesta quarta-feira (10), a criação de mais 338 novos leitos para pacientes diagnosticados com covid-19. Destes, 167 serão leitos de Unidade de Terapia Intensiva e 171 de enfermaria em hospitais estaduais, municipais e filantrópicos. A informação foi confirmada pelo governador João Doria (PSDB) durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.
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O secretário de saúde municipal, Edson Aparecido, afirmou que novos leitos também foram criados na capital para conter a alta de casos de covid-19. Segundo ele, a taxa de ocupação é de 82% dos leitos de UTI e 67% de enfermaria. O secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn afirmou que em duas há 2.315 pessoas internadas, uma média de 130 internações por covid-19 no estado.
Na segunda-feira, foram anunciados também 11 hospitais de campanha e mais 280 novos leitos, sendo 140 com UTIs. A estimativa é de um total de 9.200 leitos em UTI SUS em todo o estado. Antes da pandemia, o estado tinha 3.500 leitos de UTI. Gorinchteyn afirmou que, no pico da pandemia havia cerca de 8.500 leitos.
O secretário estadual lembrou também que 32 municípios do estado tiveram colapso na assistência de saúde e pacientes tiveram de ser resgatados por outros lugares. "Não daremos conta de abrir novos leitos, precisamos de ajuda de todos. Que todos fiquem em casa e só saiam de casa por questões de absoluta necessidade", diz.
"Não temos nenhuma razão de comemoração, 517 vidas perdidas só em São Paulo. Infelizmente, estamos em uma situação de alerta máximo e não é diferente na maior parte dos estados brasileiros. Estamos com vários hospitais lotados com números de internação e óbito. Especialistas apontam várias causas para esse desastre", disse Doria.
"A falta de uma coordenação nacional de combate ao vírus, insistência do governo federal em recomendar tratamentos inócuos, demora do governo federal na compra de vacinas, equívoco do governo federal de ter apostado em uma única vacina, dificuldades que o governo federal colocou à vacina do Butantan, a falta de apoio ao uso de máscaras e ao distanciamento social. Poderíamos estar festejando a imunização, mas estamos chorando brasileiros mortos", afirmou o governador.
"É sabido que em vários hospitais não temos vagas disponíveis, mesmo abrindo novos leitos no sistema, mas ainda assim não é suficiente. Não queremos assistir as cenas dramáticas que vimos na Itália e vimos aqui em Manaus, na capital do Amazonas", disse o governador.