SP: mata pega fogo em Franco da Rocha e fuligem chega à capital
Corpo de Bombeiros recebeu mais de mil chamados por incêndio em vegetação na Grande SP neste fim de semana de tempo seco
São Paulo|Do R7, com informações da Agência Record e da Agência Estado
O incêndio que começou em uma área de mata próxima ao Parque Estadual do Juquery, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, por volta das 9h da manhã deste domingo (22), já havia atingido os três setores do parque até por volta de 17h, de acordo com os gestores da unidade. O fogo se alastrou por mais de 1 mil hectares, o que corresponde a metade da área total do parque.
As chamas também atingiram parte do cerrado no bairro Nova Era, em Caieiras.
Fuligem
A fuligem se espalhou por bairros da Grande São Paulo e municípios do ABC paulista ao longo do dia. Na capital, moradores das regiões Norte, Sul, Leste e central postaram nas redes sociais relatos do que chamaram de "chuva de fuligem".
Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas de São Paulo, o vento forte tem trazido a fuligem para a capital. Em algumas imagens, é possível ver restos de folhas e gravetos.
Apelo
Segundo a prefeitura de Franco da Rocha, a causa inicial do fogo teria sido a queda de um balão, localizado pelas equipes na área de proteção ambiental. O governo de São Paulo fez um apelo para que a população não solte balões e informou que um outro incidente, registrado no sábado (21), na região do Jaraguá, também está sendo investigado.
Fabricar, vender, transportar ou soltar balões é considerado crime ambiental (Lei Nº 9.605/98) e coloca em risco a vida humana e toda a biodiversidade. A pena prevista é de detenção de um a três anos ou multa.
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 9h18. Até por volta de 17h, havia sete viaturas atuando na região, somando 91 bombeiros. As equipes contam com o apoio de brigadistas do parque. Em nota, o governo estadual informou que há mais de 240 homens, entre Corpo de Bombeiros, funcionários da Fundação Florestal, agentes da Defesa Civil e voluntários, atuando contra as chamas na região.
As equipes recebem apoio de viaturas, aviões e de duas aeronaves Águia, do Grupamento Aéreo da Polícia Militar, que estão retirando água da Represa Paiva Castro para jogar sobre as chamas.
O acesso ao incêndio ocorre pela Rodovia Prefeito Salomão Chama, altura do km 43.
Mais de 1.100 chamados
Só neste domingo, até às 15h, o Corpo de Bombeiros havia recebido cerca de 380 chamados para ocorrências de fogo em vegetação na região metropolitana, de acordo com o Major Palumbo, porta-voz da corporação. Neste sábado (21), o número de acionamento chegou a 800.
Ainda segundo o major, o combate às chamas na região do parque (que também ocupa parte do município de Caieiras, na Grande São Paulo) é difícil por conta do relevo e da baixa umidade do ar, que facilita na rápida propagação das chamas.
Até o fim da tarde deste domingo, não havia informações sobre vítimas ou sobre as causas do incêndio.
Em nota, o governo estadual informou que, apenas no parque estadual Juquery, para prevenir incêndios florestais e minimizar sua propagação, foram contratados serviços que incluem abertura de 195 m³ de cacimbas para contenção de águas pluviais e acertos em 30 mil m² de estrada. Neste ano, quase 150 brigadistas voluntários passaram por capacitação na região metropolitana.
O texto afirma ainda que em 2021, o estado está investindo mais de R$ 7 milhões em ações preventivas para combate aos incêndios florestais: construção de aceiros, treinamento dos brigadistas, além da aquisição de maquinários e equipamentos de segurança.
Fogo no Jaraguá
Um incêndio de grandes proporções também foi registrado na região do Parque Estadual Jaraguá, próximo à área de reserva indígenal, no sábado (21).
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, o fogo começou de manhã, chegou a ser controlado, mas novos focos foram registrados à noite. Agentes estaduais atuaram em parceria com a comunidade e conseguiram extinguir as chamas no fim do dia.
As causas do incêndio ainda são desconhecidas.
Segundo a secretaria, nas últimas semanas, agentes da Operação Corta Fogo, que entra em vigor no período de estiagem, capacitaram a comunidade indígena na região sobre como proceder em caso de incêndios. A Fundação Florestal também entregou kits de combate a incêndio para os moradores.