SP registra 25% de mortes a mais entre negros e 11% entre brancos
Estudo foi feito considerando o total de óbitos por causas naturais incluindo mortes por covid-19 no ano passado
São Paulo|Letícia Dauer, da Agência Record
Com a pandemia da covid-19, o estado de São Paulo registrou 25% de mortes a mais entre negros e 11% entre brancos em 2020. Os dados são de um estudo feito pela Vital Strategies em parceria com a Afro-Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
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Nos 26 estados e o Distrito Federal, o estudo avaliou o excesso de mortalidade que é a diferença entre a quantidade de óbitos esperada em 2020 e a quantidade de óbitos observada para o mesmo ano, usando os dados do Sistema de Informação de Mortalidade e do Registro Civil.
A análise foi feita considerando o total de óbitos por causas naturais, isto é, provocados por doenças ou mau funcionamento interno do corpo, incluindo mortes por Covid-19. O estudo não considera os óbitos por causas externas, como mortes violentas e acidentes.
Em 2020, São Paulo apresentou um excesso de mortes de 25,1% (17,4 mil) para os negros, enquanto para a população de cor branca foi de 11,5% (24,1 mil). No total, 41,6 mil paulistas morreram a mais que o esperado.
O estado paulista, onde pessoas pretas e pardas compõem 40% da população, além de ter apresentado a maior desigualdade no excesso de mortalidade entre negros e brancos, também é o estado que apresenta o maior número absoluto de mortes de pessoas negras.
O excesso de mortalidade observado na população negra reafirma a relevância da desigualdade como fator determinante da mortalidade. A perda de saúde da população negra é maior que a da população de cor branca desde o nascimento até o envelhecimento.