SP tem medicamentos de intubação para apenas mais uma semana
Governo paulista pede ao Governo Federal abastecimento da rede pública de saúde com o kit para paciente com covid-19
São Paulo|Do R7
O Estado de São Paulo possui estoque de medicamentos utilizados em intubação para apenas uma semana, segundo dados estimados da Secretaria Estadual de Saúde, divulgados em nota publicada nesta terça-feira (23).
O governo paulista diz que tem cobrado do Governo Federal pelo abastecimento da rede pública de saúde com o "kit intubação", que são os medicamentos utilizados em intubação de pacientes com covid-19.
No entanto, ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, o governo federal fez somente uma liberação de neurobloqueadores em quantidade suficiente para dez dias de consumo. Segundo nota divulgada pela pasta, "o Estado tem estoque estimado para uma semana para os hospitais públicos que atendem casos de covid-19."
A reportagem questionou o governo federal, mas não houve retorno até esta publicação.
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Novas entregas
O Ministério da Saúde começou a entregar medicamentos de intubação orotraqueal (IOT) para todo o Brasil nesta terça-feira (23), e deve atingir mais de 2,8 milhões de unidades.
As entregas acontecem em parceria com três empresas fabricantes, e foram firmadas após reuniões entre a pasta e representantes dos laboratórios fornecedores dos medicamentos nesta segunda (22) e terça-feira.
A empresa Cristália comprometeu-se a fornecer 1.260.000 unidades de medicamentos — as entregas já começaram nesta terça e devem continuar ao longo dos próximos sete dias. A empresa Eurofarma entregará, a partir da data de hoje, 212 mil ampolas em todo território nacional. A empresa União Química também enviará, até o dia 30 de março, 1.400.000 unidades de medicamentos.
A logística híbrida com a integração pública e privada permitirá que os medicamentos estejam nos estabelecimentos de saúde em menos de 72 horas.
O cronograma de entregas é feito pelo Ministério da Saúde com base no monitoramento realizado nos estados e municípios, em parceria com Conass, Conasems e Anvisa.
Em relação ao oxigênio, o Ministério da Saúde está fazendo monitoramento constante da demanda de oxigênio medicinal em todo o Brasil. No momento, o abastecimento do produto atinge, de forma mais intensa, estabelecimentos de saúde que dependem de oxigênio gasoso, entregue em cilindros — grandes hospitais recebem o produto na forma líquida e as empresas produtoras têm garantido as entregas aos estabelecimentos.
Pequenos hospitais e unidades de pronto-atendimento dependem de cilindros por não disporem de reservatórios criogênicos para receber o oxigênio de forma líquida. A duração dos estoques em cada local depende da quantidade de cilindros disponível e do consumo do produto em cada estabelecimento de saúde.
Os estados que acusaram maiores dificuldades em manter esse fluxo de oxigênio são Acre, Amapá, Ceará, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Norte e Rondônia.
O Ministério da Saúde elaborou o Plano Oxigênio Brasil, que coloca ações em prática, como a redistribuição de materiais enviados a Manaus, com apoio do Governo do Amazonas e do Ministério da Defesa.
Até o momento, foram enviados 120 concentradores de oxigênio de Manaus para Rio Grande do Norte e Rondônia; 200 cilindros de oxigênio de Manaus para o Paraná; duas usinas de oxigênio de Manaus para Santa Catarina, 1 para o Acre e 1 para Rondônia.
Além disso, a pasta fez requisição de cilindros de oxigênio cheios, a serem enviados a estados, com apoio da Defesa, entre os dias 22 e 26 de março: 400 cilindros para Rondônia; 240 cilindros para Acre; 160 cilindros para Rio Grande do Norte; 100 cilindros para Ceará; 100 cilindros para Região Sul.
O estado de Rondônia também está sendo abastecido com oxigênio em isotanques de Manaus para Porto Velho, em voos diários da Força Aérea Brasileira - a quantidade do produto requisitada pelo Ministério da Saúde dobrou, passando de 80 mil metros cúbicos para 160 mil metros cúbicos/mês.
O Ministério da Saúde também requisitou concentradores de oxigênio na China e nos Estados Unidos, com apoio da iniciativa privada, com previsão de chegada na primeira semana de abril. Além disso, está apoiando a requisição, o transporte e a instalação de mini usinas de oxigênio - duas já foram enviadas do Rio de Janeiro para o Amapá e já estão em funcionamento.