Suspeito nega ameaça de ataque na USP e diz que teve e-mail hackeado
Murilo Ianelli Chaves se apresentou no 93º DP na tarde desta segunda (4)
São Paulo|Marcos Rosendo, da Agência Record
Apontado pela polícia como suspeito de ameaçar um ataque a alunos da USP (Universidade de São Paulo), o estudante Murilo Ianelli Chaves, de 24 anos, se apresentou espontaneamente na tarde desta segunda-feira (4) ao 93º distrito policial, no Jaguaré.
Chaves negou a ideia e afirmou que teve a conta de e-mail usada indevidamente por uma pessoa anônima, que ameaçou cometer um atentado na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas).
O jovem, que estudou Segurança da Informação na Uninove e atualmente cursa Educação Física na Unip, afirma que o e-mail que consta na carta encaminhada, às 8h29 desta segunda-feira (4), é dele, mas que ele não tem nada a ver com as ameaças.
No texto, o autor promete entrar armado na USP com duas pistolas 9 milímetros e matar o maior número possível de homossexuais, feministas, esquerdistas e travestis.
Também sugere jogar ácido sulfúrico em uma funcionária da seção de alunos de Graduação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Ao final, o autor promete se matar e ir ao encontro de 70 virgens do Paraíso. Ao se despedir, jurou lealdade aos Daesh (também conhecido como Estado Islâmico) e ao califa Al-Baghdadi, numa referência ao chefe da organização terrorista.
Pedofilia
Chaves diz que está sofrendo perseguições desde que lançou um projeto na internet que denuncia o compartilhamento de fotos envolvendo pedofilia.
O estudante afirmou que por meio de suas denúncias, a Polícia Federal chegou a prender um homem acusado de pedofilia, que posteriormente foi solto.
Depois disso, Chaves disse que passou a ser ameaçado por integrantes de um fórum de compartilhamento de imagens da internet chamado Dogolachan. Ele afirma que foram usuários dessa rede que colocaram o e-mail dele como emissário da carta com as ameaças de ato terrorista na USP.
A reportagem procurou o 93º distrito policial, mas recebeu a informação que somente a Secretaria de Segurança Pública poderia dar informações.
A SSP confirmou que o estudante Murilo Ianelli Chaves compareceu ao 93º distrito policial para prestar esclarecimentos e que o caso segue em investigação, sem revelar mais detalhes.