Teatro é usado como ferramenta de prevenção ao abuso infantil

Desenvolvido pelo IPAM (Instituto Paulista de Magistrados), o projeto “Eu Tenho Voz” esteve em Monte Aprazível (SP) nessa quinta-feira (25). O programa tem como objetivo prevenir crimes de abuso sexual, físico e psicológico contra crianças e adolescentes, dando espaço para que as vítimas possam denunciar situações de violência.

Desde a sua criação, em 2016, até 2022, o projeto, idealizado e coordenado pela juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira, alcançou cerca de 33 mil crianças e adolescentes em todo o estado de São Paulo.

A estratégia de atuação é levar atividades e peças teatrais para escolas de ensino fundamental I e II, além de centros comunitários, principalmente em áreas de maior vulnerabilidade social.

Monte Aprazível recebeu a apresentação da peça teatral Marcas da Infância. O evento reuniu profissionais do Judiciário e da Educação de Monte Aprazível e região, em três turnos, abrangendo também escolas municipais.

Segundo a coordenadora, juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira, o projeto nasceu a partir da necessidade de aproximar o Judiciário da comunidade e enfrentar de forma direta uma realidade alarmante.

“Queríamos justamente chegar até as escolas, levar informação para as crianças de como elas poderiam se proteger, e como elas poderiam sair da situação de abusos e por acaso elas estivessem sofrendo esse tipo de violência.”

Para ela, abordar o tema através de uma peça de teatro foi uma decisão certeira. “Os adultos já têm dificuldade para entender como nós juízes falamos. Temos uma linguagem muito técnica, e é um tema muito delicado para a gente tratar com criança. Decidimos que por meio da arte seria o melhor caminho para a gente poder abordar um tema que é tão delicado”, comenta.

A intenção é criar um ambiente seguro para que meninos e meninas, que muitas vezes têm medo de revelar o que sofrem dentro de casa, possam se manifestar.

As ações são realizadas em parceria com profissionais especializados, como magistrados, promotores, assistentes sociais, psicólogos, advogados e professores, garantindo tanto o acolhimento quanto o encaminhamento adequado das denúncias.

Segundo o IPAM, desde 2022 já foram registrados 118 relatos espontâneos durante as atividades do projeto. Só em São José do Rio Preto, por exemplo, 31 casos foram revelados durante a apresentação da peça “Eu Tenho Voz – Violência Sexual contra Crianças”.

A iniciativa conta ainda com a colaboração das Secretarias de Educação Estadual e Municipal de São Paulo, que definem a cada semestre quais escolas e centros comunitários receberão as atividades. O projeto foca especialmente entre crianças de 6 a 13 anos, faixa etária mais atingida pelos casos relatados.

Perguntas e Respostas

Qual é o objetivo do projeto “Eu Tenho Voz”?

O projeto “Eu Tenho Voz” tem como objetivo prevenir crimes de abuso sexual, físico e psicológico contra crianças e adolescentes, proporcionando um espaço para que as vítimas possam denunciar situações de violência.

Quem idealizou e coordena o projeto?

O projeto é idealizado e coordenado pela juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha de Oliveira.

Quando e onde ocorreu a apresentação da peça teatral relacionada ao projeto?

A apresentação da peça teatral “Marcas da Infância” ocorreu em Monte Aprazível (SP) no dia 25 de outubro de 2023.

Quantas crianças e adolescentes foram alcançados pelo projeto desde sua criação?

Desde sua criação em 2016 até 2022, o projeto alcançou cerca de 33 mil crianças e adolescentes em todo o estado de São Paulo.

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