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'Tenho que dar o leite da criança', diz usuário do transporte de SP

No quarto dia da fase vermelha, situação não mudou e passageiros não conseguiram respeitar distanciamento no transporte público

São Paulo|Do R7

"Acabei de ter um filho, tenho que trabalhar pra dar o leite para a criança", diz David Santos
"Acabei de ter um filho, tenho que trabalhar pra dar o leite para a criança", diz David Santos

No quarto dia do retorno de São Paulo à fase vermelha para tentar conter o contágio pelo novo coronavírus, os passageiros do transporte público enfrentaram mais uma manhã com aglomeração nas composições e plataformas, principalmente nas estações Luz, Brás e Sé, locais de interligação entre os modais.

Na Sé, na região central, os trens da linha 3-Vermelha do Metrô que vinham da estação Corinthians-Itaquera, na zona leste da capital, já chegavam cheios no horário de pico.

O escalonamento de entrada e saída de funcionários dos serviços essenciais não tem sido respeitado e ainda há acúmulo de passageiros em determinados horários, sendo impossível praticar o distanciamento social. 

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O estoquista David Santos, de 27 anos, sai de São Miguel Paulista, no extremo leste, e vai até Pinheiros, na zona oeste, utilizando transporte público. "Tem pessoas que não têm condições de ficar em casa. Eu acabei de ter um filho, tenho que trabalhar pra dar o leite para a criança", afirma.


Segundo ele, as restrições ao comércio têm sido muito pesadas. "Os restaurantes próximos do meu trabalho fizeram os protocolos, seguiram as restrições de público, mas, mesmo assim, fecharam. Então, muita gente vai quebrar", lamenta.

Ricardo Silva precisa trabalhar, mas conta que já perdeu três vizinhos para a covid-19
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Ricardo Silva, de 33 anos, perdeu três vizinhos para a covid-19, um deles na semana passada. Ele revela que na zona leste de São Paulo continuam ocorrendo festas e bailes e os frequentadores não usam máscara de proteção. Ele faz diariamente o trajeto da estação Dom Bosco até o Bom Retiro, no centro.


"Fechar o comércio era pra ter fechado lá atrás, agora fica abre e fecha, fica ruim pra todo mundo. O transporte tá cheio todo o dia, não tem o que fazer. Minha esposa trabalha na saúde e foi vacinada. Eu sempre tomo meus cuidados", comenta.

A assistente de estilo Elaine Vieira, de 25 anos, já teve um caso de covid-19 em casa: o marido foi contaminado, mas se recuperou em casa. "[Transporte] tá muito cheio. Fecham tudo, mas tá tudo funcionando irregular, escondido, então não resolve nada", destaca.

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Rui Vitorino tem 30 anos e é limpador de vidros. Utiliza o transporte público de Guaianases, na zona leste, até o Sacomã, na zona sul. Ele fez seis testes para o coronavírus, mas todos tiveram resultado negativo. "A vacina tem vir o mais rápido possível, essa é a solução. Minha esposa está grávida, tenho que trabalhar, não tem outro jeito. A gente trabalhando pode pegar o vírus e transmitir para outras pessoas. Temos que rezar pra não pegar".

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