Trepidações e vandalismo quebraram vidros de muro da USP
Má instalação também é apontado como causa da quebra dos painéis de vidro que separa a raia olímpica da USP da Marginal Pinheiros
São Paulo|Márcio Neves, do R7, com Marcos Rosendo, da Agência Record
Laudos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de São Paulo mostram que vandalismo, falhas na instalação e até trepidação são os motivos que contribuíram para a quebra dos painéis de vidro do Muro de Vidro da USP (Universidade de São Paulo), que separa a raia Olímpica da Marginal Pinheiros.
A trepidação, um dos motivos apontados no laudo, tem relação com a proximidade do muro com a Marginal Pinheiros, que recebe tem um constante tráfego de veículos pesados.
As investigações sobre os motivos que causaram a quebra de pelo menos 16 painéis de vidro do muro de vidro estão sendo conduzidas pelo 93º DP (Jaguaré) e o inquérito ainda não foi finalizado. Cada painel de vidro custa cerca de R$4.000, sem a instalação.
A Secretaria de Segurança Pública, por meio de nota, confirmou os resultados do laudo. "As análises sugerem causas diversas. Entre elas estão indícios de danos externos (vandalismo), problemas na instalação e trepidações".
O projeto de substituição do muro de concreto pelo de vidro na USP foi idealizado pela Prefeitura de São Paulo, que buscou recursos da iniciativa privada para financiar a obra, orçada em R$ 20 milhões.
Com as frequentes quebras, nos últimos meses o muro tem sido alvo de repercussão quanto a sua manutenção, que já foi inclusive questionado pela Comissão de Orçamento e Patrimônio da USP (Universidade de São Paulo).
Bastidores do Projeto
O projeto que permitiu a criação do muro de vidro foi viabilizado com a articulação de equipes e também amigos do então prefeito João Doria (PSDB).
O chamamento público inicial, publicado em abril de 2017, procurava doadores para o projeto de revitalização e a instalação de uma grade que substituiria o muro da raia olímpica da USP e outras obras relacionadas a área como iluminação, vigilância eletrônica e construção de uma pista de caminhada.
Nesta primeira solicitação, uma empresa se comprometeu a doar a demolição do muro e abriu uma série de diálogos com a Prefeitura de São Paulo.
A parceria com a prefeitura veio acompanhada de um projeto ousado, mas que não seria viável de execução sem um novo edital, já que o anterior limitava o projeto apenas a instalação de grades.
Em junho de 2017, um novo edital foi publicado, sem a restrição ao método de substituição do muro existente no local até então. O projeto foi anunciado com grande pompa e incluiu até uma maquete virtual do que seria o "Muro de Vidro da USP".