Vídeo mostra tortura a supostos membros de facção rival do PCC
Integrantes do CRBC teriam denunciado o PCC à polícia, em Guarulhos (SP)
São Paulo|Kaique Dalapola, do R7
Vídeos que circulam em grupos nas redes sociais mostram quatro homens, um deles identificado como membro da facção criminosa CRBC (Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade), amarrados e dominados por supostos integrantes da facção rival PCC (Primeiro Comando da Capital).
As pessoas que falam no vídeo citam pontos de tráfico de drogas em Guarulhos, na Grande São Paulo. As duas facções disputam espaço na venda de entorpecentes da região desde o surgimento da CRBC na penitenciária da cidade, em 1999 — seis anos depois do PCC.
Conforme as informações dos vídeos, os “coisas” (como são chamados os membros do CRBC pelos rivais) estariam denunciando à polícia pontos de venda de drogas dominados pelo PCC em Guarulhos. “Você não fecha com a polícia?”, questiona um dos homens que fazia a gravação. A resposta foi afirmativa: “fecho”.
O mesmo homem gravado, que se identifica com vulgo de Diguelinha, diz estar na “caminhada” — integrando a facção CRBC — há oito anos. Ele afirma ter matado dois homens que seriam do PCC: identificados como Erick e Babô.
As duas mortes de supostos integrantes do PCC, segundo as informações do vídeo, foram cruéis: um teve os olhos arrancados e, o outro, os braços.
Apesar de as pessoas que gravaram o vídeo afirmarem que os homens amarrados iriam ser mortos, a reportagem não conseguiu confirmar se o assassinato foi efetivado. Também não é possível saber a data que o vídeo foi gravado.
Possivelmente, no local onde as imagens foram feitas também haviam integrantes de outras facções rivais do PCC. Isso é demonstrado aos 23 segundos do vídeo, quando um dos autores da gravação faz uma fala que seria com integrante da facção criminosa CV (Comando Vermelho): "E aí, CV, tá achando que tá passando batido?", diz o suposto membro do PCC.
O R7 questionou a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) acerca das imagens. No entanto, a assessoria de imprensa da pasta disse que com as informações dos vídeos não é possível ter detalhes da ocorrência.