Um policial militar agrediu um estudante dentro de uma escola pública, na última quinta-feira (24), em Santo André, região metropolitana de São Paulo, com um mata-leão. O golpe foi proibido pela instituição em 2020. Imagens gravadas pelos estudantes registraram a ação do policial. O caso aconteceu na Escola Estadual Ondina Rivera, localizada na rua Marquês de Alegrete, 300, na Vila Humaitá. De acordo com a mãe do aluno, Sidneia Aparecida, o filho, de 17 anos, foi à escola por volta das 19h00. No local, o menino conversava com amigos quando policiais que realizavam uma ronda escolar abordaram o garoto, afirmando que ele havia desacatado os agentes. Os policiais iniciaram a abordagem, a princípio, pedindo para que ele entrasse na viatura, contou a mãe. O adolescente se negou, dizendo que assistiria à aula. Alunos da instituição gravaram a abordagem. Nas imagens, é possível ver uma aglomeração no pátio externo da escola no momento em que os dois policiais abordam o menino, que veste uma camiseta vermelha e uma bermuda jeans. O vídeo registra o adolescente se negando a entrar na viatura policial, afirmando que não havia feito nada, e pedindo para que os amigos ligassem para o seu tio. Em seguida, o policial puxa o menino pelo braço e aplica uma chave cervical, mais conhecida como mata-leão, arrastando a vítima para longe da aglomeração. Um homem, indicado pelos alunos como diretor da instituição, aparece para questionar o motivo da abordagem. Os policiais soltam o garoto, que pede novamente para que entrem em contato com familiares. À reportagem, Sidneia contou que quando chegou ao local, o filho chorava explicando a situação. Eles foram encaminhados ao Centro de Polícia Judiciária de Santo André, onde o caso foi registrado como resistência. Foram solicitados exames de corpo de delito. Em nota, a Polícia Militar argumentou que os policiais teriam sofrido desacato, e que, segundo a corporação, diante da resistência do garoto, a equipe teria usado "dos meios disponíveis, necessários e proporcionais conteve o adolescente até a chegada de sua responsável legal". A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) repudia toda e qualquer forma de violência e lamenta o ocorrido na E.E. Ondina Rivera Miranda Cintra, em Santo André.Os pais do aluno foram chamados até a escola. A equipe do Conviva, programa de convivência e segurança da Secretaria, está à disposição para dar suporte ao aluno, caso a família opte pelo recurso, e o caso foi registrado no Placon, sistema que monitora a rotina das escolas da rede estadual.