Volta da Momo do Whatsapp preocupa pais em São Paulo

O retorno da "Momo do Whatsapp", uma das várias lendas urbanas que são propagadas na internet, está causando aflição a muitos pais em São Paulo. 

A figura, um desafio viral que ganhou força na web, em 2018, se tornou uma preocupação na casa do designer Marcus Pereira, de 42 anos, que mora com a família no centro da capital paulista.

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A filha dele, Dora, de oito anos, levou um grande susto ao se deparar com a imagem horripilante, de olhos esbugalhados, pele pálida e sorriso sinistro.

Estudante do terceiro ano fundamental em uma escola particular paulistana, a garota ficou sabendo da Momo em conversas com as amiguinhas da classe. Curiosa, a menina pegou o computador da avó para, escondida dos pais, pesquisar sobre aquela imagem.

"Ela viu a foto e ficou muito impressionada. Parecia com um desenho que havia visto em classe", revela o pai, demonstrando que o viral estava circulando entre os demais estudantes.

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Marcus contou que, mesmo após passados três meses, a flha ainda não esqueceu o rosto da Momo.

"Ela diz que por várias vezes, quando está sozinha no quarto, ainda vê o rosto da Momo. Mas, tento suavizar. Digo que é apenas uma lenda, como a 'loira do banheiro'. Brinco que ela é a 'Momo do banheiro'.

Confiança e atenção

Apesar da preocupação com as consequências do episódio, Marcus confia na relação que ele e a esposa mantêm com a menina para evitar o contato da filha com pessoas mal-intencionadas que possam estar utilizando a imagem para se aproximar de crianças.

"A gente vigia muito o acesso dela ao celular. Tivemos conversas sobre quem poderia estar do outro lado da linha. Ela entendeu. E sempre falamos sobre qualquer assunto. Mantemos uma linha aberta", revela o designer.

No entanto, Marcus acredita que outros pais precisam estar atentos para os perigos entorno da volta deste viral, apesar de não ter conhecimento de alguém que tenha se comunicado com quem esteja por trás dessa lenda urbana.

"Acho que é cíclico [interesse por virais]. Pelo interesse deles [crianças e adolescentes], vai aumentando, muito pela exploração do que é real, do que é verdade ou mentira"

Origem da Momo

A origem da imagem é japonesa. Pertence a uma escultura de uma mulher-pássaro, exposta em uma galeria de arte em Ginza, um luxuoso distrito de Tóquio, há três anos. A Momo fez parte de uma exposição sobre fantasmas e espectros.

Perigos do jogo

Segundo especialistas, a disseminação da Momo teve início no Facebook. Autoridades policiais do México, que investigaram casos relativos ao jogo, acreditam que a interação pode expor crianças e adolescentes a riscos como: roubo de informações pessoais, incitação ao suicídio ou à violência, assédio e extorsão, além de transtornos físicos e psicológicos.

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