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Votação de punição a Cury em caso de assédio é adiada pela Alesp

Deputados continuam na quinta-feira (1º) discussão iniciada nesta quarta (31) sobre perda temporária de mandato, por 119 dias 

São Paulo|Do R7

Deputada Isa Penna (PSol) repeliu o deputado Fernando Cury (Cidadania)
Deputada Isa Penna (PSol) repeliu o deputado Fernando Cury (Cidadania)

A perda temporária, por 119 dias, do mandato do deputado estadual Fernando Cury foi pauta de sessão virtual da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) nesta quarta-feira (31). O debate começou às 10h, se estendeu ao longo da tarde e foi encerrado às 17h50. A discussão continua nesta quinta-feira (1º), às 11h, quando deve ser definida a punição ao deputado por conta do episódio de assédio à também deputada Isa Penna (PSol), ocorrido em dezembro.

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A suspensão, que corresponde a um período de quatro meses, foi definida no dia 3 de março pelo Conselho de Ética da Casa. Entre a manhã e a tarde desta quarta, os parlamentares discutiram se Cury seria ou não suspenso.

Os deputados da bancada do PT e do PSol tentaram impedir o avanço do processo por julgarem a punição branda demais. "É um absurdo que não se possa apresentar emendas a um projeto debatido no plenário. É um autoritarismo sem precedentes. O plenário é soberano, não pode ser impedido de emendar um projeto só debatido por 11 pessoas no Conselho de Ética. Somos 94 deputados. Queremos modificar a proposta, queremos a cassação do mandato. Isso teria um efeito pedagógico profundo em São Paulo e no Brasil", afirmou Carlos Giannazi (PSol).

No entanto, o presidente da Alesp, Carlão Pignatari, não acatou ao pedido da oposição e defendeu que a votação sobre a punição se manteria estrita à decisão do Conselho de Ética, e assim, os parlamentares só teriam como opção a punição de 119 dias.


Durante a sessão, Pignatari disse também que vai convocar o suplente de Cury caso a suspensão seja confirmada.

Isa Penna teve microfone cortado duas vezes

A deputada Isa Penna, vítima no caso do assédio, foi interrompida e teve o microfone cortado nas duas primeiras vezes em que apresentaria sua questão de ordem na primeira sessão do dia.


Logo ao iniciar sua fala, ela criticava o deputado Wellington Moura (Republicanos) pela contradição ao presidir a sessão tendo sido um dos autores da proposta aprovada pelo Conselho de Ética pela punição de 119 dias, mas foi interrompida por Moura, que pediu para cortarem seu microfone. Na segunda vez, Penna comentou que Carlão Pignatari estava sendo cúmplice do caso de assédio por ter tomado uma decisão política ao impedir emendas à punição para Cury. Enquanto fazia o comentário, o presidente da Alesp também a interrompeu e cortou seu microfone.

Assédio na Alesp

O caso de assédio de Fernando Cury a Isa Penna ocorreu em 16 de dezembro passado, e foi registrado pelas câmeras da assembleia.


As imagens mostraram Cury conversando com outros dois parlamentares, se aproximando de Penna por trás e apalpando seu seio; a deputada rapidamente reagiu e afastou a mão do colega.

Devido ao recesso da Alesp no fim do ano, a deputada pediu em janeiro a convocação de uma sessão extraordinária para julgar o caso.

Ao depor no Conselho de Ética, Cury se defendeu dizendo que o que chamou de abraço havia sido um gesto de gentileza, e se desculpou “por qualquer tipo de constrangimento e ofensa”. Diante a defesa do parlamentar, Penna afirmou ter sido revitimizada.

Em 3 de março passado, o Conselho definiu que a punição a ser votada contra Fernando Cury seria a suspensão de 119 dias de suas funções.

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