Adoçante é melhor que açúcar, mas nem sempre ajuda a emagrecer, diz especialista
Adoçante só é funcional no emagrecimento se combinado com dietas pouco calóricas
Saúde|Do R7*

Os adoçantes de tornaram os queridinhos de quem quer emagrecer. Apesar de serem considerados heróis na substituição do açúcar na alimentação, há recomendações e precauções importantes na hora de usar as substâncias com o intuito de perder peso.
O endocrinologista e professor da Universidade do Texas, Eugenio Cersozimo, explicou que de nada adiantam os adoçantes para a perda de peso se não forem associados a dietas restritivas em calorias e gorduras. Isso porque os adoçantes, por conterem poucas calorias, não geram saciedade ao organismo, aumentando o apetite.
— As papilas gustativas não estão presentes apenas na língua, mas também em partes do sistema digestório. Desta forma, alimentos com adoçante não são reconhecidos por não terem propriedades nutricionais válidas. É como se o organismo pedisse a ingestão de alimentos calóricos que suprissem essa necessidade.
Cersozimo explica que se o indivíduo não seguir uma dieta restritiva em calorias, vai querer comer cada vez mais após ingerir alimentos com adoçante.
— A substituição do açúcar refinado por adoçantes pode ajudar se combinada com restrição calórica, mas ainda não pode ser considerada isoladamente uma forma eficiente para o tratamento e a prevenção da obesidade.
Melhor que o açúcar
Teoricamente, quem usa adoçante consome muito menos em termos quantitativos do que quem usa açúcar — uma vez que há adoçantes até 500 vezes mais doces que a sacarose. Devido a essa propriedade, o adoçante pode ser considerado uma boa opção para substituir açúcar. Mas o especialista afirma que o consumo deve ser esporádico:
— Os benefícios do adoçante só são válidos se ele não for consumido com frequência. Se tomar um café com adoçante de manhã, outro à tarde e outro à noite, todos os dias da semana, a substância vai deixar de ser uma boa alternativa para o açúcar e não vai ajudar na perda de peso.
De acordo com Cersozimo, a solução é evitar o consumo de alimentos artificialmente adoçados, para que o paladar se acostume com o verdadeiro gosto de cada comida.
— Em uma dieta de um indivíduo adulto, com cerca de 2.500 kcal, apenas 200 kcal devem ser originadas do açúcar — e isso envolve também açúcares naturais como os das frutas. Por isso, escolha o momento do dia para consumi-lo.
Quem tem o hábito de tomar café o tempo todo vai precisar se acostumar com os cafés não adoçados. Isso porque, se durante todo o dia, a bebida adoçada for colocada para dentro do organismo, o consumo de açúcar ou de adoçante vai extrapolar os valores considerados ideais.
— Experimente deixar o café para o momento da sobremesa. Como o alimento já é doce, o café não precisa ser adoçado, uma vez que o sabor de um vai complementar o do outro. Ou então, se o sabor doce for essencial para a ingestão da bebida, deixe a sobremesa de lado. Se essas escolhas fossem feitas diariamente, teríamos menos problemas de obesidade no mundo.
Qual adoçante devo escolher?
Cersozimo afirma que não há estudos que comprovem a melhor qualidade de um tipo de adoçante em relação a outro, mas que há formas de escolher qual consumir: a sucralose e a stevia, por exemplo, são adoçantes que não alteram os índices glicêmicos no organismo, por isso são mais recomendados que os outros. Contudo, o stevia tem um sabor um pouco mais amargo, por isso a sucralose acabou ganhando a preferência das pessoas.
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Estudos realizados com animais comprovaram que o adoçante, se consumido em excesso, pode estar relacionado ao desenvolvimento de câncer. No entanto, não foram realizadas pesquisas em seres humanos. Devido a isso, o professor recomenda que o adoçante seja utilizado em poucas quantidades, em momentos específicos da rotina.
*Por Talyta Vespa, estagiária do R7















