Américas voltam a registrar casos de sarampo por falta de vacinação, comenta infectologista
Casos no Canadá e Brasil acendem alerta para desinformação contra imunizantes
Saúde|Do R7
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A Organização Pan-Americana da Saúde anunciou, na segunda-feira (10), que as Américas perderam o status de região livre do sarampo, após o Canadá registrar circulação endêmica do vírus por mais de 12 meses.
A cobertura vacinal é um dos principais fatores para essa reversão: em 2024, a taxa média da segunda dose da tríplice viral foi de apenas 79%, abaixo dos 95% recomendados para evitar surtos da doença.
No Brasil, foram confirmados 34 casos neste ano, a maioria em Tocantins, mas o país ainda mantém a certificação de eliminação obtida em 2024. Segundo o infectologista Marcelo Otsuka, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo, o cenário é preocupante porque o sarampo é uma doença totalmente prevenível por vacina.

Ao Conexão Record News de quinta-feira (12), o médico alerta que, sem cobertura adequada, há risco de transmissão autóctone no Brasil, ou seja, casos originados dentro do país. Para o especialista, isso é resultado de múltiplos fatores, incluindo falta de acesso à imunização em algumas regiões e desinformação sobre vacinas.
Otsuka lembra que muitas pessoas não têm memória dos surtos graves de sarampo e subestimam a doença. Ele explica que, antes da AIDS, o sarampo era a enfermidade que mais causava imunodepressão, abrindo caminho para complicações fatais. Além disso, o vírus pode provocar danos neurológicos anos após a infecção, como a panencefalite esclerosante subaguda, pouco conhecida pela população.
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Outro ponto destacado pelo médico é o impacto das fake news. Ele reforça que os imunizantes são seguros e amplamente testados, e que mensagens falsas ou maldosas sobre vacinas contribuem para reduzir a adesão. O especialista recomenda que informações não verificadas nunca sejam compartilhadas, nem mesmo para tirar dúvidas, pois isso alimentam a circulação de conteúdos prejudiciais.
O especialista alerta que crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas são os grupos mais vulneráveis às complicações do sarampo. Mesmo quem já teve a doença pode voltar a ser suscetível com a queda da imunidade ao longo dos anos. Para ele, a única forma de evitar novos surtos é garantir alta cobertura vacinal e combater a desinformação.
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