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Ator Alain Delon tomará mesma droga usada na injeção letal em suicídio assistido

Pentobarbital sódico é um potente sedativo que deprime o sistema nervoso central e, em altas doses, provoca a morte após alguns minutos

Saúde|Fernando Mellis, do R7

Delon, de 86 anos, sofreu um pequeno derrame cerebral em 2019, mas se recuperou bem
Delon, de 86 anos, sofreu um pequeno derrame cerebral em 2019, mas se recuperou bem Delon, de 86 anos, sofreu um pequeno derrame cerebral em 2019, mas se recuperou bem

Um dos mais conhecidos galãs da história do cinema mundial pretende se matar em breve. Aos 86 anos, o ator francês Alain Delon vai contar com a ajuda da legislação da Suíça, país onde vive, que permite o suicídio assistido (sob determinadas condições), e de uma droga específica que terá de ser tomada por ele.

Ao contrário da eutanásia, em que o paciente fica em estado de saúde terminal que é abreviado pelos médicos, no suicídio assistido isso é feito pela própria pessoa, após cumprir uma série de exigências da lei.

Delon teve um pequeno derrame cerebral em 2019, mas se recuperou bem e continua lúcido o suficiente para manifestar aos filhos o desejo de interromper a vida.

A lei suíça exige que essa manifestação seja feita em mais de uma ocasião, que o indivíduo tenha uma doença incurável e que esteja em sofrimento físico ou psicológico, exceto depressão — entende-se que um indivíduo nessa condição não tenha capacidade de tomar tal decisão.

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O último passo, após despedir-se da família, é o paciente tomar pentobarbital sódico — uma dose letal — misturado a alguma bebida, possivelmente um suco ou água.

O que é o pentobarbital

O pentobarbital é uma droga da classe dos barbitúricos desenvolvida há mais de cem anos.

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Substâncias dessa categoria foram usadas durante décadas como tranquilizantes e hipnóticos, todavia, o risco de overdose altíssimo — mortes provocadas ou acidentais — fez com que perdessem espaço, mas não totalmente.

O medicamento continua a ser amplamente usado como agente anestésico em consultórios veterinários.

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Uma de suas aplicações mais conhecidas, entretanto, é na injeção letal de condenados à morte nos Estados Unidos. O fármaco também é administrado em pacientes submetidos a eutanásia em países que permitem essa prática.

Segundo a organização sem fins lucrativos suíça Dignitas, que auxilia pacientes e familiares no suicídio assistido, pacientes que não queiram tomar por via oral o pentobarbital podem instalar um acesso intravenoso previamente e eles próprios liberarem a injeção.

"Em todos os casos, por razões legais, o paciente deve ser capaz de realizar o último ato — ou seja, engolir, administrar por sonda gástrica ou abrir a válvula do tubo de acesso intravenoso — ele mesmo. Se isso não for possível, a Dignitas infelizmente não pode ajudar", diz a entidade em seu site.

A droga começa a agir de dois a cinco minutos depois e leva a um coma profundo, que é sucedido pela morte em menos de uma hora. 

"Esse processo é absolutamente livre de riscos e indolor", garante a Dignitas.

No caso de Alain Delon, ainda não foi divulgada a data do suicídio assistido, mas ele já fez agradecimentos de despedida.

"Eu gostaria de agradecer a todos os que me acompanharam ao longo dos anos e me deram grande apoio. Espero que os futuros atores possam encontrar em mim um exemplo não só no campo do trabalho, mas na vida cotidiana entre vitórias e derrotas. Obrigado, Alain Delon", diz uma publicação em seu Instagram.

Buscando ajuda

O suicídio assistido é um tema controverso que, apesar de ter autorização legal na Suíça, é amplamente questionado mundialmente. 

Também não deve ser confundido com o suicídio como conhecemos, que é um ato de desespero de alguém em profundo sofrimento psicológico. Essas pessoas podem, e devem, procurar ajuda. 

Depressão é uma doença para o qual há tratamento, e é possível voltar a ter uma vida normal. 

No Brasil, o CVV (Centro de Valorização à Vida) oferece atendimento gratuito para acolhimento de pessoas que em algum momento cogitaram tirar a própria vida. 

A entidade, sem fins lucrativos, foi fundada há 57 anos e tem representação em 19 estados e no Distrito Federal. O telefone 188 (gratuito para todo o país) é o principal canal de atendimento.

Milhares de voluntários que integram o CVV (Centro de Valorização da Vida), entidade sem fins lucrativos, trabalham diariamente

Mas também é possível entrar em contato pelo chat no site, onde há uma lista de endereços físicos das unidades.

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