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Augusto Cury faz primeira palestra corporativa em uma emissora de TV

Escritor mais lido no Brasil nos últimos 20 anos mostrou como o gerenciamento das emoções contribui para saúde mental individual e coletiva 

Saúde|Deborah Giannini, do R7

A apresentação do escritor Augusto Cury foi realizada na unidade da Barra Funda
A apresentação do escritor Augusto Cury foi realizada na unidade da Barra Funda A apresentação do escritor Augusto Cury foi realizada na unidade da Barra Funda

A RecordTV é a primeira emissora de TV a receber uma palestra corporativa do escritor e psiquiatra Augusto Cury, o autor mais lido no país nos últimos 20 anos, com 50 livros publicados em 70 países e 30 milhões de exemplares vendidos só no Brasil.

A palestra sobre o tema “Gestão Emocional”, chamada pelo escritor de “o treinamento dos treinamentos”, ao tratar do processo de gerenciamento das emoções e dos pensamentos, foi realizada nesta quinta-feira (10) na sede da emissora no bairro da Barra Funda, em São Paulo, para uma plateia de 720 pessoas, com transmissão simultânea para as unidades Barra Funda, Ministro Rocha, Transmissor Paulista, Escritório Administrativo do Rio de Janeiro e Brasília, alcançando um total de 3.500 funcionários.

“A maior motivação dessa palestra foi a preocupação com a qualidade de vida dos funcionários, do ser humano, do individual. E ninguém melhor do que o Augusto Cury, que é um cientista brasileiro, o que nos dá muito orgulho, que trata a questão com muita propriedade, para trazer aos funcionários do corpo da Record essa reflexão”, afirmou Patrícia Costa, esposa do presidente da RecordTV, Luiz Cláudio Costa.

Patrícia Costa, esposa do presidente da RecordTV
Patrícia Costa, esposa do presidente da RecordTV Patrícia Costa, esposa do presidente da RecordTV

“A gente faz parte de uma empresa, uma família, uma sociedade. Mas será que a gente gere os nossos pensamentos, a nossa vida? Essa é a história que foi falada. A autonomia de si mesmo. Acho que isso vai ficar reverberando nas pessoas durante muito. Espero que tenha impactado aos outros como impactou a mim”, completou.

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Já Ionice Silva, presidente do Instituto Ressoar, ressaltou a importância da palestra no auxílio do auto-conhecimento. “Aprender a gerir as emoções é fundamental não apenas para desenvolver um bom trabalho, mas na vida, como um todo. Essa apresentação abriu a porta para o auto-conhecimento e o cuidado das emoções”, disse.

Para Márcio Santos, diretor do Recursos Humanos da RecordTV, a palestra promove o estímulo de uma análise interna. “Uma auto-reflexão e auto-avaliação para que se possa extrair o melhor de si, não apenas no trabalho, mas em nossas vidas”, afirmou.

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Em “Gestão Emocional”, Augusto Cury abordou como o gerenciamento do pensamento e das emoções — e não o controle deles, o que seria impossível, segundo ele — pode evitar o que chamou de “cárceres mentais” ou “janelas killers”, que prejudicam a saúde mental e podem levar a problemas como ansiedade e depressão. “No cérebro humano, há mais cárceres do que na cidade mais violenta do mundo”.

“Você pode interromper o curso de seu carro, mas nunca vai poder interromper o curso de seus pensamentos. A tentativa de interrupção já é um pensamento. Nós somos tão complexos e complicados que, quando não temos problemas, nós o criamos”, afirmou.

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Protagonismo da própria história

O escritor revelou que, no ensino médio, era a segunda nota da classe — de cima para baixo — e que seus amigos debochavam quando ele dizia que seu sonho era ser médico e cientista. “Aí entendi uma das primeiras ferramentas de gestão da emoção: as mais importantes decisões de um ser humano são de foro íntimo. Não espere apoio da plateia. Porque, se o teu ‘eu’ não for o protagonista, ainda que muitas pessoas o apoiem, você não vai conseguir suas principais metas. Grandes decisões implicam escolhas e todas as escolhas têm perdas. Você jamais vai conquistar o essencial sem perder o trivial”.

Ionice Silva, presidente do Instituto Ressoar, abriu o evento
Ionice Silva, presidente do Instituto Ressoar, abriu o evento Ionice Silva, presidente do Instituto Ressoar, abriu o evento

Segundo ele, a falta de consciência crítica e de protagonismo da própria história têm levado a um adoecimento coletivo. “Nunca se esqueçam: se você não tiver consciência crítica, sua mente e sua emoção serão terra de ninguém. Não aceite nada passivamente, caso contrário, o seu ‘eu’ vai ter dificuldade de se tornar autor da própria história. Muitas pessoas se sentem ofendidas e rejeitadas não apenas porque existem estímulos estressantes, mas porque ‘compram´aquilo que não lhes pertence”.

O escritor afirmou que o mundo se tornou um “manicômio global”, no qual o “normal” é ser irritadiço e não uma pessoa serena. “Uma em cada duas pessoas, cedo ou tarde, vai desenvolver problemas psiquiátricos. Olhe para seu lado. Se não for você vai ser ele ou ela”, afirmou. Citou como exemplo a síndrome de pânico, anorexia, bulimia e vigorexia (distorção da imagem que leva à busca da definição muscular). “Precisamos entender quem somos.”

Registrado na memória

Durante a palestra, Cury convidou todos a serem alunos e não espectadores passivos. “Vou provocá-los durante todo o processo. Quem já escreveu a sua biografia? Todos vocês já escreveram. Nas páginas dos seus cérebros. O registro na memória é automático e involuntário. Cada pensamento lúcido é registrado. Cada pensamento estúpido, também.”

Ele denomina isso de “fenômeno RAM” (sigla para “rápido registro da memória”). Um exemplo: “Se você detesta alguém e o quer vê-lo a quilômetros de distância, sinto muito, ele vai dormir com você. Porque o fenômeno RAM vai arquivá-lo e de maneira privilegiada, porque você rejeitou e não protegeu a emoção”.

“A nossa espécie, que pensa e única que tem consciência que pensa, não estudou esses fenômenos. Rejeitar uma pessoa ou uma ofensa não resolve, porque o fenômeno RAM registra automaticamente. Quando há nível de tensão elevado, o nível de registro é privilegiado.”

Ele chamou a atenção para outros aspectos que caracterizam a falta de gestão emocional e que levam ao “cárcere mental” como o sofrimento por antecipação, o excesso de cobrança e de julgamento contra si e contra os outros, a intolerância com as próprias falhas e as alheias, a impulsividade. “Uma pessoa madura tem o compromisso com o silêncio. A quem diz: ‘sou uma pessoa honesta, tudo que vem à mente eu falo’, eu respondo: você é um desiquilibrado’."

Márcio Santos, diretor do RH da RecordTV, apresentou o escritor
Márcio Santos, diretor do RH da RecordTV, apresentou o escritor Márcio Santos, diretor do RH da RecordTV, apresentou o escritor

O escritor ressaltou que até as pessoas “mais invejáveis” passam por caos. “Se não se faz uma higiene mental, está cometendo quase um crime”, afirmou. “Lavamos às mãos para não se contaminar com bactérias, mas nossas mentes estão saturadas de auto-cobrança.”

Mencionou que a ciência falhou em não ter estudado a mente de Jesus, tema de seu mais recente livro “O Homem mais Inteligente do Mundo”, no qual sua mente é estudada por um cientista. “Eu, que fui um dos maiores ateus que pisou na terra, quando estudei a mente desse homem, eu entendi como alguém tão grande se fez tão pequeno para tornar os pequenos grandes”, disse e foi aplaudido.

Dúvida, crítica e determinação

Cury explicou a técnica chamada DCD, segundo ele a “arte da dúvida, da crítica e da determinação”, para a realização da higiene mental. “Duvidar de tudo o que te controla, criticar cada ideia perturbadora e determinar ser livre várias vezes ao dia”.

Ele falou sobre a diferença entre desejo e sonho e da importância de “ter um sonho na vida”. “Se você não tiver um sonho que te controla, aquele sonho não é um projeto, é um desejo. O desejo não resiste ao calor dos problemas, não consegue suportar as intempéries, as vaias e as críticas. Só os sonhos levam você a dar o melhor de si.”

E, por fim, ele explicou sua teoria da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). “Pensar demais sem gerenciamento é uma bomba contra a saúde psíquica.”

Pediu para todos relaxarem e fez um teste para avaliar quem sofria da síndrome e como estava a qualidade de vida da plateia. Fez algumas perguntas: “Quem acorda cansado, levante as mãos. Quem tem dificuldade de viver com pessoas lentas, também”.

Ele enumerou os níveis de SPA, por exemplo, “pessoa que não larga o controle remoto” (nível 1), “pessoa que lê jornal de trás para frente” (nível 2), “prepara férias dez meses antes porque não relaxou da última vez” (nível 3) e “pessoa que não vê a hora de se aposentar e quando se aposenta entra em depressão” (nível 4). “Só sabem viver em guerra.”

Plateia lotada na apresentação de Augusto Cury
Plateia lotada na apresentação de Augusto Cury Plateia lotada na apresentação de Augusto Cury

Depois das técnicas de como lidar com as próprias emoções, ele apresentou algumas de como tratar o outro a partir dos princípios “ser agradável, admirável e surpreendente”. “Nunca sejam repetitivos, façam festa fora de data e não cobrem dos outros aquilo que eles não podem dar”.

Depois de estimular a todos repetirem juntos “sou apaixonado pela minha saúde psíquica, pois vale a pena viver a vida, mesmo que o mundo desabe sobre mim”, o escritor convidou a plateia a participar da Academia da Gestão e Emoção e também do primeiro programa mundial de prevenção de suicídios, que integram seus projetos. “Está havendo uma epidemia de suicídio no mundo. As pessoas que têm atos suicidas não querem matar a vida, mas a dor, o autoabandono, os pensamentos perturbadores e não sabem. Dentro delas há uma fome e sede de viver. Você é insubstituível”. E completou: “Nunca desistam de si mesmos”.

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