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Batalhas com arminhas de gel são risco à visão, alerta Sociedade de Oftalmologia

Em caso de lesão, a orientação é procurar imediatamente um médico; Inmetro não classifica equipamentos como brinquedos

Saúde|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Armas são vendidas pela internet sem qualquer documentação Reprodução/Record/Arquivo

A SBO (Sociedade Brasileira de Oftalmologia) emitiu um alerta sobre os riscos à visão decorrentes do uso de arminhas de gel, cada vez mais populares entre os jovens. Segundo a instituição, casos recentes em São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro “evidenciam a gravidade da situação, com pessoas sendo atingidas nos olhos e sofrendo danos irreversíveis”.

Para os especialistas, essas lesões podem levar à cegueira. Atualmente, o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) proíbe o uso desses equipamentos por menores de 18 anos, mas nas redes sociais, é comum ver vídeos de “batalhas” com pessoas de todas as idades.

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“As bolinhas de gel, quando disparadas com força, podem perfurar o globo ocular, causando ferimentos internos e levando à perda total ou parcial da visão. Além disso, o impacto pode gerar hematomas, inflamações e até mesmo descolamento de retina”, aponta documento da associação.

Em caso de lesão, a orientação é procurar imediatamente um oftalmologista. “Ao alertar sobre os perigos das armas de bolinhas de gel, a SBO busca conscientizar a sociedade sobre os riscos e prevenir acidentes que possam causar danos irreparáveis à visão”, continua o texto de aviso.


O doutor Cesar Motta, diretor da SBO, confirma que todo paciente que sofre qualquer tipo de trauma nos olhos deve ser sempre avaliado. “Porque pacientes que recebem algum trauma ocular eles têm um potencial risco de descolar a retina simplesmente e puramente por esse trauma E, caso isso ocorra, muitas vezes o importante para ter um bom prognóstico de tratamento é a intervenção precoce”, aponta o especialista.

Motta observa que esse tipo de brincadeira com armas já não deveria ser feita por “questões ideológicas”, mas que o perigo físico é enorme, e que crianças e adolescentes podem não ter a noção da gravidade.


“Então, acabam machucando o olho da criança ou alguma outra região facial também, pode ser muitas vezes uma brincadeira que acaba gerando problemas mais graves”, lembra o médico.

Se, mesmo assim, os envolvidos assumirem os riscos da brincadeira com arminhas de gel, o ideal é a utilização de material de proteção, principalmente óculos que protegem a frente e as laterais dos olhos.


E se o pior acontecer, a vítima deve ser levada imediatamente para uma emergência oftalmológica. É importante não coçar ou esfregar os olhos. No caso de algum tipo de resíduo estiver na região há o risco de machucar ainda mais os olhos.

“Se estiver incomodando muito pode tomar algum analgésico até chegar na emergência oftalmológica, mas, em geral, a gente não indica fazer nada sem ser avaliado”, completa Motta.

Inmetro

Uma portaria do Inmetro, de 2021, determina que arminhas de gel não são brinquedos.

“A regulamentação define que brinquedos são produtos destinados ao uso por crianças menores de 14 anos. Portanto, itens que não atendem a essa definição não podem ser comercializados como brinquedos, nem ostentar o Selo de Identificação da Conformidade do Inmetro”, explicou o órgão em nota.

“O Inmetro reafirma, com base na regulamentação vigente, que as réplicas de armas com projéteis de bolas de gel não são classificadas como brinquedos”, destacou João Nery, diretor de Avaliação da Conformidade do Instituto.

A orientação é denunciar qualquer comercialização irregular de réplicas de armas de fogo que ostentem indevidamente o Selo de Conformidade do Inmetro.

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