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Brasil soma meio bilhão de doses aplicadas da vacina contra a Covid

Número é surpreendente e deve aumentar, já que a vacinação continua sendo essencial, especialmente para grupos de risco

Saúde|Yasmim Santos*, do R7

Brasil tem em torno de meio bilhão de doses da vacina contra Covid aplicadas
Brasil tem em torno de meio bilhão de doses da vacina contra Covid aplicadas

Na última semana, o Brasil atingiu o feito de meio bilhão de doses aplicadas da vacina contra a Covid-19, mais precisamente 504.108.526, segundo o vacinômetro do Ministério da Saúde. O marco ocorre em meio a uma desaceleração da pandemia e recorda a importância da vacinação no país.

Cerca de 91,5% da população brasileira tomou a primeira dose da vacina contra a Covid e 85,8% estão com o esquema vacinal completo.

"O Brasil está muito bem, em termos mundiais, em relação à cobertura vacinal. Atingir esse número é um marco de eficiência, de excelência", celebra João Prats, médico infectologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Em uma publicação no Instagram, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, também falou sobre a importância da vacinação.


"Vacinar-se é um ato de cidadania e cuidado com o próximo e é importante ressaltar que todos os tipos de vacina Covid-19 oferecidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) são seguros e protegem contra formas graves da doença e morte", disse.

No total, de 2020 a 2023, mais de 37 milhões de brasileiros foram infectados pelo coronavírus e 698.834 vieram a óbito em decorrência da doença. Na última sexta-feira (24), o total de casos diário no Brasil foi de 11.587, número extremamente baixo em comparação a junho de 2020, por exemplo, quando houve 18.217 infecções apenas no estado de São Paulo.


"A redução [dos casos e óbitos] foi drástica. Está visível a eficácia da vacina, bem como de outros programas, mas a vacinação primariamente", afirma Prats.

O atual Programa Nacional de Vacinação, iniciado em 27 de fevereiro de 2023, em um primeiro momento, conta com a vacinação com doses de reforço bivalentes em pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da Covid-19, como idosos acima de 60 anos e imunossuprimidos. 


"Não há indicação para uma [quarta] dose de reforço, monovalente ou bivalente, para a população em geral, apenas imunossuprimidos", orientou Ethel.

Os demais grupos devem, por ora, completar o esquema vacinal primário (com a primeira e segunda doses) e acompanhar a disponibilidade das doses de reforço, feita pela Secretaria Estadual de Saúde.

Vale lembrar que, para o público infantil, há a possibilidade de vacinação com o imunizante pediátrico e baby da Pfizer e a CoronaVac — para crianças de 6 meses a 11 anos de idade. A dose de reforço está liberada para a faixa etária entre 3 e 4 anos, que recebeu a vacina Coronavac no esquema primário, porém também é realizada mediante liberação estadual.

O objetivo do Ministério da Saúde é intensificar a vacinação em toda a população brasileira, especialmente no público infantil, que conta com a menor taxa de cobertura vacinal contra a Covid: apenas 25,82% das crianças de 3 a 4 anos tomaram a primeira dose, por exemplo.

"Ainda temos casos de Covid, especialmente graves em imunossuprimidos, e ainda é uma doença que, apesar de gerar casos leves, ainda traz problemas para as pessoas, ainda é muito contagiosa", alerta o infectologista.

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Prats lembra que a parcela da população que está com o esquema vacinal completo equivale àqueles que tomaram a primeira e a segunda doses da vacina. Porém, as doses de reforço são fundamentais para manter a proteção. Atualmente, segundo dados do vacinômetro, há mais de 60 milhões de brasileiros sem a primeira dose de reforço.

"A questão maior é que estamos com 85% da segunda dose, mas a segunda dose já faz um tempo, e essa é a grande preocupação. Essas pessoas perderam um pouco da proteção, e quantas ainda estão transmitindo a doença?", reflete o infectologista.

Em entrevista ao R7, o vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri, destaca que pandemia ainda não acabou, mesmo que haja uma melhora de cenário.

"Nós temos ainda casos, essas populações vulneráveis ainda têm um risco maior mesmo que vacinadas e, com o passar do tempo, essa proteção vai se perdendo. E hoje nós recomendamos fortemente que a vacinação seja feita", disse.

Diante desse cenário de distinção entre os públicos-alvo, a diminuição da proteção e a incidência de óbitos — apenas no dia 23 de fevereiro o Brasil registrou 453 mortes em decorrência da Covid-19 —, a vacinação se faz essencial.

"Agora, o que a gente pode fazer para otimizar é reduzir a transmissão completamente, tentar erradicar a doença ou diminuí-la ao máximo possível, para que se torne uma coisa esporádica", diz Prats.

Durante a sua posse, em janeiro, a ministra da saúde, Nísia Trindade, reafirmou o compromisso da pasta com a vacinação contra a Covid.

"A pandemia mostrou a nossa vulnerabilidade. O rei está nu. O Ministério da Saúde ressalta que é fundamental buscar uma unidade de saúde mais próxima para atualizar a caderneta de vacinação contra a Covid-19 e outras doenças", disse.

Prats ainda recomenda que determinados grupos não deixem de se vacinar com o esquema primário e, preferencialmente, com as doses de reforço, para evitar quadros graves da condição.

"Quem tomou a segunda precisa tomar a terceira [dose de reforço], isso é essencial, os imunossuprimidos (pacientes com doenças oncológicas, pacientes com muitas comorbidades, muito idosos) têm que estar com quatro vacinas, de preferência, e [devemos] fazer uma rede de proteção para esses indivíduos — quem tem essas pessoas em casa tem que estar com a vacinação adequada", finaliza.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Giovanna Borielo

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