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Brasil tem piora simultânea e inédita da pandemia, diz Fiocruz

Em nota técnica, órgão alerta que diversos indicadores estão piorando, no que ainda deve ser somente a "ponta do iceberg" 

Saúde|Gabriel Croquer, do R7

Equipe médica durante cirurgia em paciente com covid-19 em UTI de hospital em São Paulo
Equipe médica durante cirurgia em paciente com covid-19 em UTI de hospital em São Paulo

O Brasil tem, pela primeira vez desde o início da pandemia, a piora simultânea de diversos indicadores, como o crescimento do número de casos e de óbitos, a manutenção de níveis altos de incidência de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), alta positividade de testes e a sobrecarga dos hospitais, segundo Boletim do Observatório Fiocruz Covid-19, divulgado nesta terça-feira (2). O boletim foi divulgado no mesmo dia em que o país atingiu o recorde de mortes por covid-19 em 24 horas.

O cenário alarmante, segundo a análise, representa apenas a ponta do iceberg de um patamar de intensa transmissão no país. Ainda de acordo com a nota, 19 estados têm atualmente taxas de ocupação de leitos de UTI acima de 80%, sete a menos que no boletim anterior, do dia 22 de fevereiro. Por isso, o órgão considera que a situação atual precisa da adoção ampla de medidas de distanciamento social.

O Boletim analisa um conjunto de dados do SUS (Sistema Único de Saúde) sobre casos, óbitos e taxas de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Covid-19 para adultos no país verificados em 1º de março, em comparação aos observados em 22 de fevereiro.

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O crescimento rápido a partir de janeiro, de acordo com a investigação, é o pior cenário em relação às taxas de ocupação de leitos de UTI para adultos em vários estados e capitais, que concentram a maior parte dos recursos de saúde e as maiores pressões populacionais e sanitárias que envolvem suas regiões metropolitanas.


Diante desse quadro, os pesquisadores do Observatório Fiocruz Covid-19 ressaltam que os desafios atuais exigem um enfrentamento de todos os setores do sistema de saúde, não apenas em hospitais, mas também no reforço de ações de atenção primária (APS) e vigilância em saúde.

A edição ainda pontua que a situação atual, de crise sanitária e social, exige medidas que envolvam o sistema de saúde brasileiro nas áreas de vigilância e atenção à saúde, além de ações para mitigar os impactos sociais da pandemia, principalmente para os mais vulneráveis.

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