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Cão infectado com coronavírus divide opiniões de especialistas

Animal pertencente a uma mulher que contraiu o novo vírus testou positivo também, mas ainda há dúvidas em relação ao caso

Saúde|Do R7

Cachorro infectado está em quarentena
Cachorro infectado está em quarentena

Autoridades de Hong Kong reafirmaram nesta quinta-feira (5) que o cachorro testado positivo para SARS-CoV2 (novo coronavírus que provoca a doença covid-19) está infectado, embora com baixos níveis virais.

A dona dele havia contraído o vírus, mas o animal não apresentava sintomas.

Mesmo assim, o cão — de 17 anos da raça lulu da pomerânia — foi colocado em quarentena em uma instalação do Departamento de Agricultura, Pesca e Conservação.

“Discutimos com outros especialistas em todo o mundo neste campo e temos certeza de que este cão tem um baixo nível de infecção e está confirmado", afirmou Thomas Sit Hon-chung, diretor-assistente de inspeção de quarentena do departamento, de acordo com o jornal local South China Morning Post.


Os técnicos recolheram amostras de sangue do animal, que estão sendo analisadas para identificar se ele produziu anticorpos para o SARS-CoV2.

Ao jornal, a professora Vanessa Barrs, da City University, uma das especialistas em saúde animal consultadas pelo departamento, ressaltou a importância da análise do sangue.


"Se o exame de sangue para anticorpos for positivo, significa que a infecção de baixo nível está confirmada. Se o teste for negativo, significa que o cão não foi infectado ou que teve uma infecção tão leve que não produziu anticorpos."

Leia também: Qual é o risco de cães e gatos pegarem coronavírus?


Seria o primeiro caso de transmissão humano-animal na epidemia de covid-19. Mas nada que já não tenha sido visto antes.

Na SARS (2002-2003) outros animais domésticos testaram positivo para o vírus, sem que tivessem sintomas nem mesmo fossem capazes de infectar humanos.

"O resultado positivo no cão indica que a transmissão provavelmente é de sua família infectada, e não o contrário", explicou Vanessa.

Em entrevista ao R7, a professora Helena Lage, da FZEA-USP (Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo), acrescentou que os vírus pertencentes à família coronavírus, normalmente, são limitados quanto à espécie em que circulam.

Segundo ela, o novo coronavírus precisaria de uma adaptação proteica para se ligar à célula de um hospedeiro diferente.

Os especialistas ressaltam que não há motivo de preocupação em relação a cães e gatos e o novo coronavírus.

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