Cerca de 26 mil americanos processam farmacêutica por atraso de medicação para HIV
Segundo o The New York Times, a empresa Gilead Sciences parou o desenvolvimento de remédio para aumentar os lucros da patente
Saúde|Do R7
Aproximadamente 26 mil pessoas estão processando a farmacêutica Gilead Sciences por supostamente ter atrasado o lançamento de um medicamento promissor para o HIV em uma década, para maximizar os lucros da empresa. As informações são do site do The New York Times.
De acordo com o jornal, em 2004, a empresa decidiu interromper as buscas pelo desenvolvimento de um novo tratamento para a doença, sob o pretexto de que não haveria maiores diferenças quanto aos remédios que já existiam no mercado. À época, a farmacêutica detinha a patente dos dois principais medicamentos para o HIV, ambos à base do tenofovir.
O primeiro dos registros perderia a proteção em 2017, quando outras empresas poderiam fornecer versões genéricas.
Segundo o The New York Times, o medicamento que "teria sido interrompido" em 2004 era potencialmente menos tóxico aos pacientes, por causar menos efeitos colaterais aos rins e aos ossos dos pacientes.
A Gilead teria entendido, então, que esse novo tratamento poderia competir com as outras formulações da empresa e, assim, com o atraso no lançamento da nova droga, poderia ter por mais tempo os direitos sobre um de seus remédios, transferindo seus consumidores para a nova alternativa e mantendo os lucros.
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O novo remédio foi lançado em 2015, dois anos antes do fim da patente do primeiro medicamento com base no tenofovir, e seus direitos se estenderão até 2031, quando outras farmacêuticas poderão vender a fórmula, com preços mais baixos.
Sob ameaças judiciais nas esferas estaduais e federais, os advogados da Gilead negam que a empresa tenha atrasado o desenvolvimento da droga para aumentar os lucros da empresa, e citaram, ainda, que a farmacêutica poderia ter aumentado sua receita em 1 bilhão de dólares se tivesse lançado a medicação em 2008.
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Sentindo-se lesados, os 26 mil pacientes alegam que as decisões da empresa os expuseram desnecessariamente a problemas ósseos e renais, quando o novo medicamento minimizaria esses riscos.