Cidades de SP investigam 17 casos suspeitos de microcefalia por zika vírus
Casos foram confirmados por 5 municípios; governo estadual diz que não há surto
Saúde|Diego Junqueira, do R7
Ao menos 17 casos de microcefalia estão em investigação no Estado de São Paulo para avaliar a relação com o vírus zika. Os casos suspeitos foram confirmados ao R7 por cinco prefeituras: São Paulo, Santo André, Diadema, São Vicente e Campinas. O governo estadual afirma que não há surto de microcefalia e que não há circulação do vírus no Estado no momento.
O Brasil vive um surto inédito de microcefalia em 2015, com 1.248 casos notificados até 28 de novembro — a média dos últimos cinco anos foi de 156 casos. A incidência é maior no Nordeste, principalmente em Pernambuco, que já registrou 646 casos.
A explicação mais provável para o surto é a febre zika, um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e que provoca sintomas semelhantes aos da dengue.
Dos 17 casos em investigação no Estado de SP, quatro estão em Campinas, quatro em São Vicente, quatro em São Paulo, três em Diadema e dois em Santo André.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, de janeiro a novembro foram registrados 16 casos de microcefalia — dentro da média de 15 a 18 casos por ano.
A relação com o vírus zika já foi descartada em 12 dos 16 casos, enquanto os outros 4 continuam em análise.
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Em Campinas, a Secretaria de Saúde informa que quatro casos estão em análise, sendo que duas crianças nasceram na cidade, mas são de famílias de Sumaré. Os exames estão sendo feitos pelo Instituto Adolfo Lutz, na capital, e devem ser concluídos em duas semanas.
A prefeitura de São Vicente informa que está investigando o prontuário de quatro pacientes para identificar a causa da má-formação. “As informações analisadas incluem exames de pré-natal, antecedentes pessoais e familiares dos pais, além de informações sobre o nascimento da criança”.
Em Santo André, foram três casos de microcefalia em 2015. “Dois estão em investigação para verificar relação com o zika vírus”, informa a prefeitura. Uma das mães era moradora do Piauí até junho, onde apresentou sintomas como febre e dores no corpo durante a gravidez. Já o terceiro caso foi relacionado a “malformação genética”.
Em Diadema, três casos de microcefalia foram notificados no Hospital Estadual de Diadema e estão em investigação.
A microcefalia leva à má-formação do feto durante a gestação e faz com que os bebês nasçam com o crânio menor do que 33 cm, o que compromete o desenvolvimento.
A relação entre o zika e a microcefalia foi confirmada pelo Ministério da Saúde em 28 de novembro, que qualificou o caso como “uma situação inédita na pesquisa científica mundial”. Cientistas de outros países vieram ao Brasil para ajudar nas pesquisas.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o vírus zika não circula em São Paulo nesse momento. Duas pessoas foram infectadas pelo vírus em 2015, uma em Campinas e outra em São José do Rio Preto. No entanto, os casos ocorreram no começo do ano e os pacientes já estão curados.
“Anualmente, o Estado registra cerca de 40 casos de microcefalia, sem relação com o vírus zika. Não há surto de microcefalia em São Paulo, no momento”, informou o governo estadual em nota.