Circular sem máscara é risco para si e para os outros, afirmam médicos
Caso esteja infectada pelo novo coronavírus, pessoa sem o acessório libera grande quantidade de vírus que máscara do outro não consegue filtrar
Saúde|Aline Chalet, do R7*
Circular em ambientes públicos ou na presença de outras pessoas sem a utilização de máscara aumenta o risco de contaminação por covid-19 para o próprio indivíduo e para aqueles que estão próximos, explica o infectologista Estêvão Urbano, diretor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).
Segundo ele, caso a pessoa que está sem máscara esteja contaminada, ela liberará uma quantidade maior de vírus no ambiente, fazendo com que, mesmo as pessoas que estão de máscara, possam se contaminar. “Ela vai liberar uma quantidade muito grande de vírus no ar e a minha máscara não vai ser capaz de filtrar, principalmente se ela tossir ou espirrar.”
“A sua máscara te protege de forma razoável, mas também protege o outro. Se ambas as pessoas estiverem usando máscara a chance de adoecimento é muito menor.”
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A infectologista Lessandra Michelin, da SBI, lembra que muitas vezes o indivíduo pode estar assintomático e transmitindo o vírus.
O infectologista explica que caso a pessoa esteja falando ou comendo, a quantidade de vírus liberada também pode aumentar. “Não vai aumentar tanto quanto se a pessoa tossir ou espirrar, mas aumenta, por isso os restaurantes e refeitórios são ambientes de risco.”
Segundo o médico, o ideal é permanecer nesses ambientes o menor tempo possível e só tirar a máscara na hora de comer ou beber algo. “O distanciamento tem que ser mantido sempre, mesmo quando você está de máscara. Se vai tirar, o ideal é se afastar mais e procurar locais abertos para comer.”
Lessandra lembra que o distanciamento deve ser maior que 1 metro e, idealmente, de 2 metros.
Urbano recomenda que nos momentos em que não estiver comendo, apenas conversando, que as pessoas permaneçam de máscara. “Agora, no caso de fumantes, que vão tirar a máscara para fumar, o ideal é ficar o mais longe possível de outras pessoas.”
O infectologista alerta que, além de utilizar a máscara, é necessário que as pessoas façam o uso de forma adequada. “A proteção diminui proporcionalmente ao tamanho do erro e pode ser zerada sim. Se a pessoa está com a máscara no pescoço, ela não está de máscara.”
Lessandra afirma que é necessário que a máscara cubra a boca e o nariz e seja do tamanho adequado para o rosto da pessoa. É importante trocá-la dentro de 3 ou 4 horas ou sempre que ela umedecer. “Sempre tirando pelas alças e nunca pela frente.”
Urbano não recomenda a utilização de camisetas e bandanas como máscara. “É melhor que nada, mas não tem o formato adequado para o rosto da pessoa e confere muito menos proteção.”
Segundo ele, a melhor opção são as máscaras cirúrgicas. “Se for optar pela de pano, as mais perfeitas na fabricação são as melhores, duplas ou triplas, de preferência de algodão e que se adapte bem ao rosto da pessoa.”
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini